A escolha de Alcochete para a localização do futuro aeroporto para a região de Lisboa uma espécie de mal menor para a associação ambientalista Zero.
Em declarações à Renascença, Francisco Ferreira saúda, por um lado, o facto de o Governo ter optado por uma solução "muito melhor do que no Montijo, que foi colocada definitivamente de parte".
Mas, por outro lado, avisa que, “entre as possibilidades levantadas pela Comissão Técnica Independente, Alcochete é a tem mais problemas, do ponto de vista ambiental”.
A começar pelo eixo entre os rios Tejo e Sado. O presidente da Zero diz que “é preciso revisitar todas as medidas de minimização para salvaguardar este aquífero que é essencial, quando temos um clima cada vez mais seco e quando as águas subterrâneas são um aspeto crucial do abastecimento da população”.
Francisco Ferreira identifica, ainda, problemas ao nível do ordenamento do território e dá como exemplo “a área de sobreiros afetada”.
Finalmente, o ambientalista antecipa problemas para a biodiversidade da região, em particular “no que toca às migrações de aves entre o Tejo e o Sado e, também, à escala internacional”.
“São impactos que têm de ser minimizados” e cuja extensão vai ser avaliada no primeiro encontro entre a Zero e a ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho.
“Uma das primeiras decisões que vamos pedir à ministra é que se avance, de imediato, com uma avaliação de impacte ambiental para o aeroporto Humberto Delgado, tendo em conta obras que estão em curso e as futuras”, adianta.
Em causa estão, sobretudo, os impactos do ruído na saúde, que “estão quantificados por uma avaliação que foi feita a pedido da Assembleia da República em milhares de milhões de euros de prejuízo”.