O cofundador e presidente executivo da Web Summit considera, em declarações à Lusa, que uma das grandes questões é como se combate a desinformação, porque se está a lutar contra um "problema profundo" para qual não se encontra solução.
Paddy Cosgrave falava à Lusa a propósito da edição deste ano da Web Summit, que irá receber 40.000 participantes e que arranca na segunda-feira, em Lisboa.
"Acho que estamos a lutar contra um problema profundo para o qual não encontramos soluções", afirmou o responsável pela cimeira tecnológica, quando questionado sobre o papel do setor tecnológico no combate às "fake news" (desinformação).
Admitindo que é um tema em que tem pensado muito, Paddy Cosgrave recordou que em 2019 a Web Summit decidiu que o papel dos jornalistas e editores na cimeira tecnológica era o de relatar e entrevistar.
"E sentimos fortemente que as notícias e a importância dos media estavam a ser subestimados no Web Summit, tanto que criámos um palco para jornalistas e editores responderem ao público porque, na verdade, o papel dos jornalistas, das publicações da media em geral, é fundamental para todas as nossas sociedades e democracias", salientou.
E, claro, a disseminação da desinformação e das "fake news" é feita através do digital, em termos gerais.
Por isso, "uma das grandes questões para mim é como é que podemos resolver isto", admitiu Paddy Cosgrave.
"Devolvemos a responsabilidade pela censura às empresas privadas? Ou descobrimos uma nova estrutura que mantém o poder de censura no domínio público", questionou.
"Estas visões vão ser ouvidas e outras na Web Summit", avançou.
"Acho que é uma das mais importantes discussões do nosso tempo, e não é só sobre ouvir o que as empresas de tecnologia têm a dizer e o que é que os políticos têm a dizer", prosseguiu.
"O mais importante "stakeholder" nisto tudo são os próprios media. Quais são os seus pontos de vista", questionou.
Por isso, "temos um palco agora na Web Summit para jornalistas", concluiu. .