O ministro da Cultura anunciou esta quinta-feira, em Braga, no encerramento dos trabalhos da conferência do Plano Nacional de Leitura (PNL), a criação do Plano Nacional para a Literacia Mediática. Pedro Adão e Silva explicou, no Theatro Circo, que o novo plano contará com uma dotação financeira de meio milhão de euros.
No pequeno auditório e depois de um dia em que o PNL debateu com jornalistas, estudantes e outros agentes da área da leitura a questão da literacia mediática, Pedro Adão e Silva trouxe a notícia de que o Conselho de Ministros formalizou, esta quinta-feira, a criação do Plano Nacional para a Literacia Mediática.
Agora “há um prazo de 90 dias, na sequência da aprovação em Conselho de Ministros da criação do Plano, para apresentar um plano de atividades para os próximos anos”, indicou o titular da Cultura.
Pedro Adão e Silva, que trouxe vários exemplos de como a desinformação e as notícias falsas não são um fenómeno de agora, sublinhou a importância de um Plano Nacional para a Literacia Mediática numa época marcada pelos populismos.
O ministro aponta um “declínio generalizado” das instituições de intermediação. “As pessoas deixaram de confiar nos atores responsáveis pela mediação como jornalistas, universidades, partidos, associações patronais”, enumerou Pedro Adão e Silva.
Aos jornalistas, o ministro explicou que “há hoje contornos novos na forma como a desinformação é disseminada e desde logo, é preciso uma consciência dessa mecânica. De facto, a desinformação está muito associada ao discurso de ódio que se manifesta nos temas da igualdade, do racismo, e no desporto”, referiu Adão e Silva
“São tudo dimensões que vão ser tratadas no quadro do Plano Nacional para a Literacia Mediática, porque há, de facto aspetos e domínios da nossa vida coletiva, onde a desinformação e a escassas competências na literacia mediática ajudam a explicar o discurso de ódio. Estou a pensar, por exemplo, no desporto, onde isso é particularmente verdade”, reforçou.
À margem da sessão, o ministro foi questionado sobre a nova presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, Helena de Sousa que foi hoje nomeada. O ministro mostrou-se satisfeito com a designação.
Para Pedro Adão e Silva, “é muito importante que as entidades reguladoras tenham à sua frente personalidades com credibilidade, independência e conhecimento daquilo que é a matéria que vão regular. Diria que a Professora Helena de Sousa, que é professora aqui na Universidade do Minho, preenche todos esses requisitos e, portanto, fico muito satisfeito que tenha sido essa a escolha”.