O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse esta segunda-feira que Israel expandirá a sua ofensiva terrestre em Gaza nos próximos dias, apesar de os esforços internacionais para travar os combates.
Dirigindo-se a membros do seu partido Likud, Netanyahu afirmou que a guerra "não está perto do fim".
O primeiro-ministro de Israel falava depois de voltar de uma visita às tropas que lutavam dentro de Gaza, deixando uma mensagem de continuidade da guerra num momento em que o Egito apresentou uma proposta ambiciosa para acabar com a guerra entre Israel e o grupo islâmico palestiniano Hamas.
"Não vamos parar. Continuamos a lutar e expandimos a luta nos próximos dias", declarou Netanyahu, reforçando que "será uma longa batalha e não está perto de terminar".
O Egito apresentou uma proposta inicial para acabar com a guerra entre Israel e Hamas, com um cessar-fogo, uma libertação faseada de reféns e a criação de um governo palestiniano de especialistas que administraria a Faixa de Gaza e a Cisjordânia ocupada, disseram esta segunda-feira um alto funcionário egípcio e um diplomata europeu.
A proposta foi apresentada a Israel, ao grupo Hamas, aos Estados Unidos e aos governos europeus, mas ainda numa versão preliminar. O documento fica aquém do objetivo de Israel de esmagar completamente o Hamas e parece não ir ao encontro da insistência de Israel em manter o controlo militar sobre Gaza durante um período prolongado após a guerra.
O gabinete de Guerra de Israel, incluindo o primeiro-ministro, vai reunir-se esta segunda-feira para discutir a situação dos reféns, entre outros assuntos, indicou uma autoridade israelita, sem referir se será discutida a proposta do Egito.
A notícia da proposta do Egito surge num momento em que os ataques aéreos israelitas atingem fortemente o centro e o sul de Gaza, destruindo edifícios com famílias abrigadas lá dentro.
No campo de refugiados de Maghazi, equipas de resgate retiraram dezenas de corpos dos destroços horas depois de um ataque ter destruído um prédio de três andares e destruído outros nas proximidades.
Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), pelo menos 106 pessoas foram mortas, de acordo com registos hospitalares, tornando-se um dos ataques mais mortíferos da campanha aérea de Israel.
A guerra devastou grandes partes de Gaza, matou mais de 20.400 palestinianos e deslocou quase todos os 2,3 milhões de habitantes do território.
O crescente número de mortos entre as tropas israelitas -- 17 desde sexta-feira e 156 desde o início da ofensiva terrestre -- pode minar o apoio público à guerra, que foi desencadeada quando militantes liderados pelo Hamas invadiram comunidades no sul de Israel em 07 de outubro, matando 1.200 e fazendo 240 reféns.
Os israelitas ainda apoiam, em grande parte, os objetivos declarados do país de esmagar as capacidades governamentais e militares do Hamas e de libertar os restantes 129 reféns, isto apesar da crescente pressão internacional contra a ofensiva de Israel e do crescente número de mortos e do sofrimento sem precedentes entre os palestinianos.