A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta quarta-feira, no parlamento, que “está feita” a recuperação das duas greves cirúrgicas que levou ao cancelamento de milhares de cirurgias.
“A recuperação das greves cirúrgicas está feita”, disse Marta Temido na comissão de saúde, onde foi ouvida sobre “política geral de saúde”.
Segundo a ministra da Saúde, os doentes que ainda não foram operados foi por decisão própria. Os doentes cujas cirurgias foram canceladas devido à greve e que ainda não foram intervencionados foi “por razões de conveniência da vida de cada um”, sublinhou.
A primeira greve, que durou mais de um mês e decorreu em cinco hospitais no final do ano passado, levou ao cancelamento de quase 8.000 cirurgias, e a segunda que decorreu em fevereiro em 10 centros hospitalares levou ao adiamento de mais de 5.000 operações.
As greves foram promovidas pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor) e pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE).
O caráter inédito destas greves não foi apenas a sua duração prolongada, mas também o facto de um movimento de enfermeiros - o Movimento Greve Cirúrgica - ter lançado na internet um fundo de recolha solidário para financiar os grevistas, que angariou um total superior a 700 mil euros.
Dúvidas foram sendo lançadas sobre esta forma de recolher apoio financeiro para a greve, mas até ao momento ainda nenhuma investigação ou prova foi apresentada a sustentar suspeições de que entidades privadas poderiam estar a financiar a paralisação.
O Governo tentou travar a greve cirúrgica de várias formas, tendo desde sempre considerado que era uma forma de luta extrema e até cruel.
Os sindicatos que convocaram a greve sempre rejeitaram o incumprimento de serviços mínimos, acusando até os hospitais de manipular as cirurgias abrangidas nos serviços mínimos.