O Governo vai voltar a adiar a atualização da taxa de carbono nos combustíveis. O executivo que tinha congelado, no final de 2021, a taxa do adicionamento sobre as emissões de carbono até dia 31 de março, decidiu que a medida vai ser prolongada por mais algum tempo.
A informação foi avançada, esta sexta-feira, pelo secretário de Estado Adjunto e da Energia, no decorrer de uma conversa promovida pelo jornal ECO.
“A mesma razão que levou à criação desses apoios mantém-se e é agora adiada na sua aplicação”, referiu, João Galamba, na conferência “Guerra na Europa e o choque energético”.
E a razão que leva ao congelamento da taxa de carbono prende-se, de acordo com o governante, com o aumento “extraordinário dos preços dos combustíveis”, sendo esta uma forma a aliviar o agravamento dos custos energéticos para as famílias portuguesas.
“O ponto aqui”, sublinhou Galamba, “é que não há uma maneira de neutralizar a subida dos combustíveis, mas há uma maneira de minimizar e de olhar para setores específicos e, aí, incidir medidas mais robustas”.
O secretário de Estado Adjunto e da Energia referiu ainda que o Governo pretende “mitigar a subida dos combustíveis”, manifestando “uma preocupação maior” com os transportes de mercadorias e os transportes coletivos, “elementos estruturantes da nossa vida coletiva em cadeias de abastecimento e que têm de estar assegurados”.
Recorde-se que em dezembro do ano passado, o Executivo publicou em Diário da República, a portaria que suspendeu a atualização da taxa de carbono nos combustíveis, justificando que sem esta medida os combustíveis ficariam mais caros cinco cêntimos por litro, no inicio do ano.
O valor do aumento da taxa de carbono é fixado anualmente tendo por base os preços dos leilões de licenças de emissão de gases de efeito de estufa, realizados no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE).
Em queda livre, desde o inicio da guerra na Ucrânia, as licenças chegaram a atingir o recorde de 97 euros no início do mês de fevereiro, mas caíram para valores abaixo dos 70 euros esta quinta-feira.