Cidadãos contra Acordo Ortográfico manifestam-se no parlamento
12-09-2015 - 08:58

Iniciativa "apartidária e em defesa da língua portuguesa" quer promover um referendo sobre o acordo.

O grupo de "Cidadãos contra o Acordo Ortográfico de 1990" vai concentrar-se este sábado, a partir das 14h30, no Largo do Chiado, seguindo depois para a Assembleia da República, onde está prevista uma manifestação de protesto.

O objectivo, disse à agência Lusa Artur Magalhães Mateus, porta-voz da comissão executiva da iniciativa "apartidária e em defesa da língua portuguesa", é promover um referendo sobre o Acordo Ortográfico.

Esta acção visa "dar visibilidade ao activismo contra o Acordo e alertar as forças políticas de que a iniciativa existe e que deve ser viabilizada", defendeu o responsável.

A manifestação está a ser divulgada através das redes sociais e é da responsabilidade do grupo do facebook "Cidadãos contra o Acordo Ortográfico de 1990" criado há dois anos na internet e que defende a realização de um referendo, para o qual já recolheu 15 mil assinaturas, indicou o porta-voz.

Segundo o responsável, "quando for concluída a recolha de 75 mil assinaturas em papel, terá de haver obrigatoriamente uma votação da iniciativa no parlamento".

Indicou ainda que durante a manifestação serão recolhidas assinaturas para a iniciativa do referendo.

A nova grafia é usada desde 1 de Janeiro de 2012 nos documentos do Estado, em todos os serviços, organismos e entidades na tutela do Governo, bem como no “Diário da República”.

A assinatura do acordo baseou-se em objectivos de reforço do papel da língua portuguesa como idioma de comunicação internacional e de uma maior uniformização ortográfica entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A nova grafia chegou às escolas portuguesas faseadamente, começando no ano lectivo 2011-2012 e completando-se no presente ano lectivo, com a obrigatoriedade de aplicação em todas as provas e exames.

O acordo foi assinado em Lisboa em 1990, resultando o texto da discussão então realizada em Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.