Vários presos políticos, beneficiários do indulto emitido segunda-feira pelo Presidente Nicolás Maduro, saíram esta terça-feira em liberdade, entre eles vários colaboradores e apoiantes do líder opositor Juan Guaidó.
Ao começo da tarde de hoje a imprensa local, familiares e amigos dos presos políticos confirmaram, através das redes sociais, que o deputado Ismael León, o político e jornalistas Nicmer Evans e o assessor de Juan Guaidó, Demóstenes Quijada já se encontram em liberdade.
Ismael León, do partido Vontade Popular, foi detido por funcionários das Forças de Ações Especiais (FAES) a 21 de janeiro de 2020, em Caracas, quando se dirigia a uma sessão da Assembleia Nacional.
Foi acusado de estar envolvido no assalto ao Batalhão de Infantaria Selva Mariano Montilla, no Estado venezuelano de Bolívar (sudeste do país), em dezembro de 2019.
Por outro lado, Demóstenes Quijada, assessor de Juan Guaidó, foi libertado pelas autoridades nas proximidades do centro comercial Boleíta Center.
Quijada esteve detido cinco meses na Direção Geral de Contrainteligência Militar (serviços de informações militares), depois de a 2 de abril ter sido detido por funcionários das forças de segurança, após uma rusga à sua residência em que levaram as viaturas familiares, vários computadores, telemóveis, entre outros haveres.
Em vídeo divulgado pelas redes sociais, explicou que "o mais difícil foi estar distante da família, com quem esperava ansiosamente reencontrar-se".
Está também em liberdade o político e jornalista de esquerda Nícmer Evans, fundador do Movimento pela Democracia e Inclusão, depois de estar 50 dias detido.
Foi detido na sua residência, a 13 de junho, após publicar várias mensagens no Twitter. Foi acusado do delito de "instigação ao ódio".
À saída, explicou aos jornalistas que apesar de ter sido indultado não participará nas eleições parlamentares previstas para 6 de dezembro.
"Não vou participar nas eleições parlamentares. Essa é uma posição absolutamente pessoal e individual", disse.
Por outro lado, instou os políticos opositores venezuelanos a "ratificar e a transmitir uma mensagem de unidade ao país" para "destravar todo o jogo que existe neste momento na Venezuela" e orientar "à reconstrução de um Estado de direito".
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, indultou na segunda-feira 110 pessoas, entre elas deputados opositores e presos políticos, incluindo o politólogo luso-venezuelano Vasco da Costa, cujos familiares esperam pela sua libertação, desde a noite de segunda-feira, junto do cárcere militar de Ramo Verde.
O anúncio do indulto presidencial foi feito pelo ministro venezuelano de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, através do canal estatal Venezuelana de Televisão (VTV).
"A intensão principal é que os assuntos da Venezuela sejam resolvidos pelos venezuelanos, pelas vias pacíficas, eleitorais, constitucionais e democráticas", disse o ministro.