O Hamas solicitou este sábado, em comunicado, que os feridos sejam retirados da faixa de Gaza "devido à incapacidade" do sistema de saúde do enclave controlado pelo grupo islamita palestiniano.
O diretor do gabinete de comunicação social do Governo do Hamas, Salamat Maarouf, afirmou que a ajuda que entrou em Gaza pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, é limitada e não altera "a catástrofe humanitária" no enclave sitiado pelo exército israelita.
Salamat Maarouf disse que o importante é garantir a passagem segura desta ajuda para cobrir as necessidades humanitárias, além da saída dos feridos para que possam ser tratados.
O comunicado salientou a importância da abertura permanente da passagem de Rafah e da entrada de ajuda devido à escassez de combustível e à falta de medicamentos e produtos de saúde, bem como de alimentos e eletricidade.
O porta-voz do Exército israelita, Daniel Hagari, confirmou em conferência de imprensa que iriam entrar alimentos, água e assistência médica na parte sul de Gaza, mas não indicou o abastecimento de combustível, essencial para o funcionamento da central elétrica do enclave.
Hagari acrescentou que as forças armadas israelitas "continuam a bombardear os redutos do Hamas no norte de Gaza".
O posto fronteiriço entre o Egito e a Faixa de Gaza foi reaberto este sábado, para permitir o escoamento da ajuda e a saída de palestinianos do território.
Mais de 200 camiões carregados, com cerca de 3.000 toneladas de ajuda, estão perto do posto há vários dias, à espera de autorização para entrar.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), a primeira caravana de 20 camiões, supervisionada pela ONU, inclui fornecimentos vitais organizados pelo Crescente Vermelho Egípcio (parte das sociedades internacionais da Cruz Vermelha) e pelas próprias Nações Unidas, que entregarão a ajuda ao Crescente Vermelho Palestiniano.
O grupo islamita do Hamas lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.