Donald Trump foi condenado a pagar mais de 83 milhões de dólares, o equivalente a 76 milhões de euros, a E. Jean Carroll por difamar a escritora enquanto era Presidente dos Estados Unidos da América. A decisão foi anunciada esta sexta-feira, num tribunal federal em Nova Iorque.
O júri decidiu atribuir a E. Jean Carroll 65 milhões de dólares em indemnizações punitivas. Os restantes 13,3 milhões são atribuídos em compensação pelos danos “mais do que nominais” que a escritora sofreu devido às declarações de Trump em 2019, determinou o júri, citado pelo “The New York Times”.
Em 2019, depois de acusado pela escritora de abuso sexual na década de 1990, Donald Trump afirmou que a escritora era “maluca” e que as acusações eram falsas.
Em maio de 2023, Trump foi condenado a pagar uma indemnização de 5 milhões de dólares a E. Jean Carroll, considerando-o culpado de abusar sexualmente a escritora e de a difamar em outubro de 2022.
O julgamento agora concluído centrou-se apenas nas declarações do ex-presidente norte-americano em junho de 2019. O caso foi adiado repetidamente por recursos ao longo de quatro anos.
No depoimento, E. Jean Carroll afirmou que os ataques repetidos mobilizaram muitos dos apoiantes de Donald Trump, provocando uma onda de ataques nas redes sociais e até no e-mail pessoal da escritora.
Donald Trump, que é, pela terceira vez, favorito à nomeação do Partido Republicano para a Casa Branca, é o arguido principal em pelo menos mais quatro investigações criminais, três delas a nível federal.
Trump já tem julgamento marcado no caso das tentativas de se manter no poder após a eleição de 2020 – que culminaram nos ataques de 6 de janeiro ao Capitólio, o edifício do Congresso dos EUA onde os resultados estavam a ser certificados.
Os outros dois casos com julgamento marcado são o da retenção de documentos classificados como segredos de segurança nacional após abandonar a Casa Branca e dos pagamentos para encobrir um escândalo sexual durante a campanha de 2016.
O quarto caso, acerca dos esforços de Trump para reverter a derrota eleitoral de 2020 no estado da Geórgia, ainda não tem data marcada para o julgamento.