A Comissão Justiça e Paz emitiu um apelo “à participação consciente de todos os cidadãos” nas eleições autárquicas do próximo dia 26 de setembro.
“A omissão de participação, a qualquer nível, é uma demissão do exercício da cidadania, não ajuda a alterar esse estado de coisas. É sempre possível fazer algo para o alterar, para além da crítica inconsequente. O voto informado e consciente é o primeiro passo nesse sentido”, escreve o organismo no comunicado enviado à Renascença nesta segunda-feira.
Recordando as palavras do Papa Francisco na Encíclica “Fratelli Tutti”, a Comissão sublinha que o voto é uma maneira de “revalorizar a política, uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum”.
Mesmo que, na prática, “o exercício da atividade política muitas vezes se distancie deste modelo de serviço ao bem comum” – o que contribui para “o desinteresse e o ceticismo – é através do voto que se pode, depois, pedir a “responsabilização dos eleitos, sempre numa linha de exercício de uma cidadania ativa”.
No que às autárquicas diz respeito, a Comissão Justiça e Paz recorda que “o poder local é o mais próximo das pessoas e dos problemas concretos que marcam o seu quotidiano”.
“Verificámos isso mesmo na experiência recente da pandemia, em que o cuidado e a proximidade se revelaram essenciais para atenuar o sofrimento de muitos e em que as autarquias locais foram instrumento fundamental na concretização do programa nacional de vacinação”, aponta.
Daí, também, a “particular relevância” destas eleições, defende o organismo da Conferência Episcopal, sublinhando que “é também junto das autarquias locais que mais direta e facilmente pode ser exercida a cidadania ativa: através de iniciativas, propostas e críticas construtivas, sempre em prol do bem comum”.
Por tudo isto, o apelo é “ao voto consciente e ao exercício da cidadania ativa”.