Washington tentou falar com a principal líder civil de Myanmar (antiga Birmânia), Aung San Suu Kyi, depois do golpe que a derrubou, mas os pedidos foram rejeitados, disse esta segunda-feira o porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Ned Price.
"Tentámos estabelecer contacto com Aung San Suu Kyi. Fizemo-lo de forma informal e formal", disse Price, acrescentando que "estes pedidos foram negados".
O porta-voz também referiu esta segunda-feira que Washington condenou a proibição de manifestações em Myanmar (antiga Birmânia), onde a lei marcial foi declarada em várias cidades.
"Estamos ao lado do povo birmanês e apoiamos o seu direito à reunião pacífica, incluindo manifestações pacíficas de apoio ao governo democraticamente eleito", disse Ned Price.
Em 1 de fevereiro, o exército prendeu a chefe do Governo civil de Myanmar, Aung San Suu Kyi, o Presidente Win Myint e vários ministros e dirigentes do partido governamental, proclamando o estado de emergência e colocando no poder um grupo de generais.
Myanmar emergiu há apenas 10 anos de um regime militar que estava no poder quase meio século.
Para justificar o golpe de Estado, imediatamente condenado pela comunidade internacional, os militares asseguraram que as eleições legislativas de novembro passado foram marcadas por “enormes irregularidades”, o que a comissão eleitoral nega.
Os militares evocaram ainda os poderes que lhes são atribuídos pela Constituição, redigida pelo Exército, permitindo-lhes assumir o controlo do país em caso de emergência nacional.
O partido de Aung San Suu Kyi, que está no poder desde as eleições de 2015, venceu por larga maioria as eleições de novembro.
A vitória eleitoral de Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz 1991, demonstrou a sua grande popularidade em Myanmar, apesar da má reputação internacional pelas políticas contra a minoria rohingya, a quem é negada a cidadania e o voto, entre outros direitos.