O presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, avisou os trabalhadores, através de uma mensagem vídeo, que a empresa tem 1.500 trabalhadores considerados excedentários e que são esperados despedimentos nas próximas semanas.
A estimativa do líder da empresa de aviação de baixo custo aponta para que sejam dispensados 500 pilotos, 400 hospedeiras e ainda 600 comissários de bordo. Os cortes são “inevitáveis" e deverão ser efetuados no final de setembro e de dezembro, depois do Natal.
A Ryanair tem cerca de 17.500 funcionários, pelo que este plano de despedimentos pré-anunciado poderá atingir 8,6% da força de trabalho.Os lucros da empresa diminuíram 21% no trimestre compreendido entre abril e junho, para 243 milhões de euros.
A operadora aérea irlandesa explicou que as causas para essa queda foram uma diminuição do número de passageiros nos mercados da Alemanha e do Reino Unido, em parte devido ao Brexit. O aumento dos custos com combustível e trabalhadores também influenciaram os resultados. O atraso na entrega de novos Boeing 737 MAX, devido à queda de dois aviões e a problemas técnicos, afetaram os planos de expansão de rotas.
"Faremos o nosso melhor para manter o maior número possível de postos de trabalho, mas temos de reagir agora e de responder rapidamente ao atraso na entrega dos aviões MAX e à ameaça de um Brexit sem acordo no fim de outubro”, declara o patrão da Ryanair no vídeo.
Estes despedimentos surgem menos de dois anos depois da maior companhia europeia de baixo custo ter cancelado centenas de voos, em parte devido à falta de pilotos. Os pilotos da empresa no Reino Unido e na irlanda ameaçam com uma greve, avança a Reuters, que acrescenta ainda denúncias de alegadas tentativas de O'Leary para influenciar o voto a favor de uma paralisação.
Em Portugal, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil anunciou uma greve na companhia Ryanair de pelo menos cinco dias em agosto, ainda sem dias definidos.