O Barcelona vai agir judicialmente contra a antiga direção de Josep Maria Bartomeu, depois de uma auditoria interna que descobriu o que a atual liderança do clube considera ser "as ações que levaram o clube à ruína".
Em conferência de imprensa, o presidente Joan Laporta diz que "há pagamentos sem razão, pagamentos por motivos falsos e pagamentos em quantidades que são desfasadas da realidade".
"Já sabíamos disto em março, investigámos e descobrimos coisas muito questionáveis. A agência que fez o trabalho encontrou pagamentos questionáveis e já contactamos a justiça para defender os interesses do Barcelona. Todos têm o direito de saber as ações que levaram o clube à ruína", disse.
O dirigente, que voltou à liderança do clube em 2021 depois de uma primeira passagem entre 2003 e 2010, deixa as decisões para o Ministério Público: "Não sou polícia nem juiz. Simplesmente cumprimos com a nossa obrigação. Queremos encerrar esta página negra da nossa história".
Eduardo Romeu, o vice-presidente que trata das finanças do clube, diz que "quando a direção assumiu, não havia dinheiro para pagar salários".
"O clube perdeu 600 milhões de euros em dois anos, e só 135 milhões correspondem às consequências da pandemia. Conseguimos tornar esta dívida de curto para longo prazo. A folha salarial é fundamental, estavamos 40% acima do limite e era insustentável. Já conseguimos poupar 159 milhões em salários", explica.
Jaime Campaner, advogado especializado em finanças, diz que "depois do que foi encontrado, não há dúvida que temos de ir a tribunal".
"As conclusão têm lastro criminal. Levamos os factos até ao Ministério Público, podemos estar perante um complexo crime económico. Não se trata de ser a antiga direção, mas temos de levar a sério os factos e temos as provas, não são só palavras. Falamos de milhões de euros, pagamentos a intermediários sem justificação, comissões até 33%. Há uma empresa que só funciona para receber comissões do Barcelona", termina.