Marcelo lembra Basílio do Nascimento como "figura marcante" da independência de Timor
30-10-2021 - 15:04
 • Lusa

Numa nota divulgada no "site" da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa apresenta as "sentidas condolências à família de D. Basílio do Nascimento e a todo o povo timorense" pela morte, aos 71 anos, do bispo de Baucau, qualificando-a como uma "grande perda". .

O Presidente da República lamentou este sábado "profundamente" a morte de Basílio do Nascimento, bispo de Baucau, lembrando-o como uma "figura marcante da luta pela independência de Timor-Leste" e como tendo desempenhado um "papel fundamental" pela "democracia" no país. .

Numa nota divulgada no "site" da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa apresenta as "sentidas condolências à família de D. Basílio do Nascimento e a todo o povo timorense" pela morte, aos 71 anos, do bispo de Baucau, qualificando-a como uma "grande perda". .

"O Presidente da República lamenta profundamente a morte do Bispo de Baucau, figura marcante da luta pela independência de Timor-Leste e recorda o papel fundamental que desempenhou na defesa da liberdade e democracia no seu país", lê-se no comunicado. .

O bispo de Baucau, a segunda maior cidade de Timor-Leste, Basílio do Nascimento, morreu hoje no Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) na sequência de um ataque cardíaco, disse fonte da Igreja católica timorense à Lusa.

Basílio do Nascimento, natural do Suai e que em junho completou 71 anos, tornou-se uma das vozes mais mediáticas do período antes do referendo de 1999, com os seus comentários sobre a situação em Timor-Leste a serem regularmente procurados por jornalistas, especialmente portugueses.

O prelado, que chefiou no passado a Conferência Episcopal Timorense (CET), sofreu o ataque cardíaco na cidade de Maliana, a sudoeste de Díli, de onde foi aerotransportado para a capital, acabando por falecer no HNGV.

Ordenado sacerdote em 1977, Basílio do Nascimento viveu em Paris até 1982, onde completou a sua formação académica, viajando nesse ano para Évora, onde foi pároco de Cano e Casa Branca (Sousel) e Santa Vitória do Ameixial (Estremoz). .

Em outubro de 1994 regressou à sua diocese original, Díli, e a 30 de novembro de 1996 foi nomeado pelo então papa João Paulo II como Administrador Apostólico de Baucau e bispo de Septimunicia, passando a ser bispo titular da diocese, a segunda do país, desde 06 de março de 2004.

A 07 de dezembro de 1999 foi agraciado por Portugal com o grau de Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Tornou-se em 2011 o primeiro presidente da Conferência Episcopal Timorense, quando o então arcebispo Leopoldo Girelli, núncio apostólico de Timor-Leste, entregou aos bispos timorenses o decreto da Congregação para a Evangelização dos Povos, com o qual se declarou a criação da CET.

A morte do prelado timorense causou profunda consternação em Timor-Leste, com imagens do bispo a dominarem as redes sociais.