Ontem, em lugar de azul, a manhã acordou cinzento-carregado para os lados do Dragão.
Com efeito, as televisões e as rádios acordavam os menos madrugadores com notícias que prenunciavam uma tempestade, a fustigar fortemente o Futebol Clube do Porto.
E o decorrer do dia tornou-se igualmente fértil em notícias que começaram por dar conta de diversas detenções de elementos ligados àquela colectividade nortenha, seguindo-se-lhes um rol de análises e comentários apontando, na sua grande maioria, para a colocação sob suspeita de figuras que ao longo dos tempos foram tidas como inatacáveis mas que, de repente, eram colocadas à beira do cadafalso.
Doze detidos ao todo, com base em acusações de distúrbios provocados na assembleia geral portista que em 13 de Novembro passado arrastou consigo polémicas, e durante a qual, como todos nos recordamos, se registaram agressões verdadeiramente condenáveis.
À partida, não parece muito razoável que tantas detenções tenham apenas como justificação aquilo que se passou na reunião magna dos portistas, pelo que se aguardam novos desenvolvimentos, certamente apontando noutros sentidos.
Estando longe de se saber como irá terminar o imbróglio, que embaraça uma colectividade tão prestigiada, resta esperar e desejar que tudo se esclareça no mais curto espaço de tempo.
O FCPorto está à beira de eleições, André Villas-Boas já apresentou a sua candidatura, e o "eterno” Presidente Pinto da Costa prepara-se para também o fazer no próximo domingo à tarde.
Ou seja, o momento é delicado para todos, sobretudo para aqueles que se têm mantido mais indecisos quanto ao candidato que os associados portistas preferem no comando da colectividade nortenha.
Aquilo de que ontem houve conhecimento parece não favorecer o actual Presidente Pinto da Costa, no cargo há mais de quarenta anos. No entanto, cabe aos votantes que, primeiro, compareçam no acto eleitoral, e depois que escolham em consciência, salvaguardando os superiores interesses da mais ganhadora colectividade portuguesa.