O Centro Missionário da Arquidiocese de Braga arranca esta sábado com uma nova campanha de angariação de bens para os milhares de refugiados de Cabo Delgado, em Moçambique, região assolada por uma vaga de ataques jihadistas.
A iniciativa deverá manter-se até 17 de fevereiro e a recolha de bens será feita no Banco Alimentar de Braga.
O Centro Missionário apela por isso à solidariedade de todos, enquanto revela que a campanha decorre a pedido da Diocese de Pemba, em Cabo Delgado.
Em entrevista à Renascença, Sara Poças, coordenadora do Centro Missionário explicou como irá decorrer mais esta iniciativa.
Como vai ser esta nova campanha?
Vamos recolher os materiais que nos foram solicitados pela Diocese de Pemba, nomeadamente lonas e tendas. Tendas de sala de aula, tendas de hospital, cobertores, utensílios de cozinha, instrumentos e ferramentas agrícolas, assim como também materiais de costura não elétricos e outros tipos de materiais como agulhas, tesouras. Também ferramentas de carpintaria e de serralharia. A campanha começa hoje [sábado] e decorrerá até ao dia 17 de fevereiro. E o ponto de recolha será aqui em Braga, no Banco Alimentar que é um dos parceiros que se juntou a esta campanha.
Quando é que estão a pensar depois enviar os bens para Cabo Delgado?
A triagem será feita a partir de 17 de fevereiro e durante o mês de março. E logo que o contentor esteja montado, o que ainda demora porque tem algumas implicações logísticas, estaremos em condições para enviar os bens recolhidos. Esperamos que até ao final de março o processo esteja concluído.
O Centro Missionário da Arquidiocese tem uma forte ligação a Cabo Delgado. Ainda recentemente colaborou na organização de um fórum em que participou o bispo de Pemba. Nesta altura, que informação tem sobre a situação no terreno?
As informações que temos é que as pessoas continuam a chegar a Pemba e continuam a chegar a outras zonas da província. E que da parte do Governo e também com forte apoio da Igreja e da Cáritas Diocesana, as pessoas estão a ser acolhidas quer por famílias, quer em acampamentos, ou reassentamentos para que as pessoas possam ter alguma estabilidade.
Da nossa parte, na paróquia que apoiamos temos também tentado integrá-las na comunidade e inclusive já distribuímos alguns talhões de terreno da nossa machamba pelos deslocados para que eles possam garantir a sua sustentabilidade alimentar.
Significa que a instabilidade no terreno continua?
Sim, sim e há de continuar infelizmente.