Limpeza das contas do Vaticano já revelou 1,5 mil milhões de euros ocultos
13-02-2015 - 21:29
• Filipe d’Avillez
O Cardeal George Pell explica que a sua equipa teve de enfrentar bastante resistência de alguns sectores do Vaticano, mas que os opositores já perceberam que “as regras do jogo mudaram”.
As contas da Santa Sé estão “bastante melhores” do que se pensava, explicou esta sexta-feira o Cardeal George Pell, da Austrália, que foi encarregado pelo Papa Francisco de proceder à reforma das finanças do Vaticano.
Esta sexta-feira Pell explicou aos restantes cardeais, reunidos em Roma para o consistório que este sábado verá a elevação de D. Manuel Clemente e mais 19 bispos ao cardinalato, como tem corrido esta reforma de todo o departamento financeiro da Santa Sé.
Em declarações ao site de informação católico “Crux”, o cardeal diz que pôde apresentar aos seus colegas do Colégio Cardinalício uma imagem francamente melhor das contas do Vaticano do que muitos temiam. Neste momento os bens da Santa Sé estão avaliados em três mil milhões de euros. Mas a grande surpresa foi o facto de, após uma análise mais atenta das contas de diversos departamentos, terem sido descobertos 1,5 mil milhões de euros que anteriormente não tinham sido contabilizados.
Em Dezembro do ano passado já se tinham revelado 500 milhões de euros, mas agora o valor aumentou mais mil milhões.
O Cardeal Pell foi lesto em explicar que não se trata de dinheiro “escondido” ou de contas ilegais. A questão, diz, é que tem existido um excesso de divisão das contas dos diferentes departamentos e instituições na Santa Sé, o que permitiu que algumas quantias passassem inteiramente despercebidas nos relatórios de contas anteriores. Com a reforma do sector financeiro e a implementação de um sistema mais transparente, esse tipo de problema deixará de existir, garante.
Nem tudo são boas notícias, explicou ainda George Pell aos cardeais. O fundo de pensões têm um défice de cerca de mil milhões de euros que tem de ser corrigido ao longo da próxima década. O Cardeal garante que as reformas dos funcionários do Vaticano estão seguros para o futuro próximo, mas diz que será preciso tomar medidas.
No que diz respeito a imóveis, estima-se que estes possam estar subvalorizados quatro vezes abaixo do seu preço real, o que, a verificar-se, significa que a situação financeira da Santa Sé é consideravelmente mais confortável ainda.
Resistências
Na sua entrevista ao “Crux”, George Pell explica também que a sua equipa enfrentou bastantes resistências quando começou a exigir uma “limpeza” das contas da Santa Sé.
“Havia um sonho de que nada disto iria para a frente, pensavam que íamos fazer um bocado de fogo-de-vista e que depois tudo voltaria a ser como era”, afirma. A mentalidade só mudou quando o Papa Francisco aprovou os novos procedimentos para tornar a gestão financeira mais transparente, em Outubro do ano passado, diz. “Aí as pessoas perceberam que as regras do jogo tinham mudado”.
Esta sexta-feira Pell explicou aos restantes cardeais, reunidos em Roma para o consistório que este sábado verá a elevação de D. Manuel Clemente e mais 19 bispos ao cardinalato, como tem corrido esta reforma de todo o departamento financeiro da Santa Sé.
Em declarações ao site de informação católico “Crux”, o cardeal diz que pôde apresentar aos seus colegas do Colégio Cardinalício uma imagem francamente melhor das contas do Vaticano do que muitos temiam. Neste momento os bens da Santa Sé estão avaliados em três mil milhões de euros. Mas a grande surpresa foi o facto de, após uma análise mais atenta das contas de diversos departamentos, terem sido descobertos 1,5 mil milhões de euros que anteriormente não tinham sido contabilizados.
Em Dezembro do ano passado já se tinham revelado 500 milhões de euros, mas agora o valor aumentou mais mil milhões.
O Cardeal Pell foi lesto em explicar que não se trata de dinheiro “escondido” ou de contas ilegais. A questão, diz, é que tem existido um excesso de divisão das contas dos diferentes departamentos e instituições na Santa Sé, o que permitiu que algumas quantias passassem inteiramente despercebidas nos relatórios de contas anteriores. Com a reforma do sector financeiro e a implementação de um sistema mais transparente, esse tipo de problema deixará de existir, garante.
Nem tudo são boas notícias, explicou ainda George Pell aos cardeais. O fundo de pensões têm um défice de cerca de mil milhões de euros que tem de ser corrigido ao longo da próxima década. O Cardeal garante que as reformas dos funcionários do Vaticano estão seguros para o futuro próximo, mas diz que será preciso tomar medidas.
No que diz respeito a imóveis, estima-se que estes possam estar subvalorizados quatro vezes abaixo do seu preço real, o que, a verificar-se, significa que a situação financeira da Santa Sé é consideravelmente mais confortável ainda.
Resistências
Na sua entrevista ao “Crux”, George Pell explica também que a sua equipa enfrentou bastantes resistências quando começou a exigir uma “limpeza” das contas da Santa Sé.
“Havia um sonho de que nada disto iria para a frente, pensavam que íamos fazer um bocado de fogo-de-vista e que depois tudo voltaria a ser como era”, afirma. A mentalidade só mudou quando o Papa Francisco aprovou os novos procedimentos para tornar a gestão financeira mais transparente, em Outubro do ano passado, diz. “Aí as pessoas perceberam que as regras do jogo tinham mudado”.