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A maioria das crianças não vai regressar à creche na próxima semana, indica um inquérito da Associação de Creches e de Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular (ACPEEP) junto de 90 associados.
A presidente da ACPEEP, Susana Batista, avisa que “são muito poucas as crianças que vão voltar na próxima segunda-feira. A maioria das creches vai receber cinco ou seis crianças e alguns estabelecimentos já sabem que não vão ter ninguém”, no entanto, são obrigadas a abrir as portas.
Nos últimos dias, os educadores de infância e a direção das escolas têm estado em contacto com os encarregados de educação para perceber quantas crianças vão regressar de forma a poderem planear a reabertura.
Susana Batista dá o exemplo de uma creche onde estão inscritas 52 crianças, mas só quatro regressarão na próxima segunda-feira.
“A lei obriga as creches a abrirem mesmo que não tenham crianças e isto é muito complicado porque as instituições serão obrigadas a tirar as pessoas do lay-off”, explicou, alertando para as graves consequências financeiras que podem daí advir.
Durante o período em que as creches estiveram encerradas, as instituições baixaram as mensalidades, em alguns casos para metade. Agora o valor terá de voltar a subir, alertou Susana Batista. “O problema é que os pais não querem aceitar a opção de voltar a pagar a mensalidade completa”.
Jorge Ascenção, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), reconhece que “existem famílias que estão mais receosas e por isso só irão enviar as crianças depois de perceberem que está tudo a correr bem”.
Jorge Ascenção lembra alguns estudos e números que considera poderem ajudar nesta fase, tais como “98% dos infetados não têm sintomas ou são ligeiros” e o facto de esta doença não representar grande risco entre as crianças.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou esta quarta-feira a sua versão final das orientações e regras para a reabertura das creches divulgou esta quarta-feira a sua versão final das orientações e regras para a reabertura das creches, na próxima segunda-feira.
O documento esclarece que o distanciamento social não deve comprometer as normais atividades lúdico-pedagógicas. Já a entrada dos pais volta a ser possível, ainda que deva ser evitada. DGS quer um número reduzido de crianças por sala e que os brinquedos sejam higienizados várias vezes por dia.
No entanto, um segundo guião para orientar a reabertura das creches foi emitido esta quarta-feira pela Segurança Social. Para estupefação dos educadores de infância, o documento recupera aspetos restritivos que a DGS atenuara poucas horas antes no seu documento de orientação.