Trata-se de um protocolo de “cooperação intermunicipal”. A Declaração de Braga, assinada esta quinta-feira, no Theatro Circo, em Braga, no âmbito da abertura da primeira edição do Festival Literário Utopia, prevê uma parceria entre três dos principais festivais literários do país.
Os municípios de Braga que organiza desde hoje o Festival Literário Utopia, a autarquia de Lisboa que promove o Festival 5L e a Câmara de Óbidos que realiza o Festival Fólio, assinaram o memorando.
No documento, a que a Renascença teve acesso, está previsto um “compromisso de desenvolvimento de um trabalho comum, de proximidade e forte cooperação, na estratégia cultural sustentada na literatura e seu espetro de influência”.
Os três concelhos que organizam os três festivais propõem-se “partilhar uma visão e caminho comuns para afirmação dos projetos”. Em declarações à Renascença, o autarca de Braga explicou, no arranque do Festival Utopia, que não estão “a criar este festival para concorrer com ninguém”.
Segundo Ricardo Rio, querem “complementar uma oferta muito rica e diversificada que já existe por todo o país”. De acordo com o presidente da Câmara de Braga, este “compromisso de apelo à leitura, com o contato com os autores, é algo que é partilhado com muitos outras instituições, e, portanto, queremos ser mais uns a fazê-lo bem, e em parceria com quem já o faz desde há uns anos a esta parte”.
A Declaração de Braga agora rubricada por Óbidos, Lisboa e Braga prevê a criação de “sinergias entre os municípios, tendo em vista, entre outras coisas, “o investimento na educação para a literacia” e destacando que “as populações mais preparadas e com maior sentido crítico” tornam-se “mais atrativas para empresas e investidores”.
“Esta Carta de Braga é uma forma de, desde logo, Óbidos e Lisboa se associarem a esse compromisso de uma parceria que, no futuro, pode arredondar em partilha de programação, alinhamento de iniciativa e sincronização dos calendários que nos permitam valorizar ainda mais cada uma das nossas iniciativas, e criar em Portugal uma massa crítica muito interessante para todos os portugueses”, explicou Ricardo Rio.
Questionado pela Renascença sobre o que falta nas políticas de promoção da leitura, o autarca de Braga refere que, na sua opinião, “no contexto educativo seria necessário, além da componente curricular, desenvolver uma atividade mais intensa que interagisse com a comunidade e a população”.
O Festival Utopia em Braga decorre até dia 12 de novembro e prevê um conjunto de iniciativas que vão desde entrevistas com autores, workshops de escrita, debates com escritores e espetáculos de música e dança.