O primeiro-ministro destacou esta quarta-feira os gestos de reconciliação e de concórdia nacional promovidos por personalidades como os antigos presidentes da África do Sul, Nelson Mandela, e de Portugal, Mário Soares, acentuando a importância do compromisso em democracia.
António Costa assumiu esta posição no final na sua vista ao Museu do Apartheid, em Joanesburgo, em que esteve acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelos seus ministros dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e da Defesa, Helena Carreiras.
Interrogado sobre a figura de Nelson Mandela, líder da resistência ao regime sul-africano do Apartheid, o líder do executivo português sustentou que todas as grandes mudanças históricas foram marcadas por momentos de reconciliação".
"Cada um à sua escala, cada um à sua escala, cada um à sua dimensão, mas a seguir ao 25 de Abril de 1974 Mário Soares foi capaz de gestos de grande reconciliação e de concórdia nacional, permitindo que a República de hoje tivesse evitado os erros da I República, designadamente na relação com a Igreja", defendeu o primeiro-ministro.
Para António Costa, "todo o processo democrático tem de assentar na ideia de conciliação, porque a democracia é o regime do compromisso".
"A luta contra o racismo assentava na ideia da unidade essencial do ser humano. Essa ideia da unidade essencial do ser humano inspira também a reconciliação", completou.
Perante os jornalistas, antes de seguir para um almoço com a comunidade portuguesa de Joanesburgo, para assinalar o Dia de Portugal, o chefe do Governo realçou também que "quem está na vida política sabe que a política é feita de bons e maus momentos, de palavras simpáticas e menos simpáticas".
"Mas temos de saber seguir em frente", acrescentou, recusando-se depois a responder a perguntas sobre política nacional.
Costa salienta projetos para preservar a memória da ditadura e luta pela liberdade
"É muito importante preservar a memória histórica. Como nos disse o guia da visita, [o ator John Kani] ele próprio uma vítima do Apartheid, é essencial para as novas gerações, para as crianças e jovens saberem o que se passou", acentuou o líder do executivo português, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita de uma hora ao Museu do Apartheid.
"Contará a História da Resistência à ditadura, desde 1926 até ao dia 25 de Abril de 1974", assinalou.