O Governo britânico rejeitou esta segunda-feira o apelo à independência feito por Humza Yousaf, eleito líder do Partido Nacional Escocês (SNP) e sucessor de Nicola Sturgeon na chefia do executivo regional.
Um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, argumentou que escoceses e britânicos querem que os políticos "se concentrem nas questões que mais lhes interessam: reduzir a inflação, enfrentar a crise do custo de vida e reduzir as listas de espera" no sistema de saúde.
O ministro da Saúde, Humza Yousaf, de 37 anos, foi esta segunda-feira anunciado como o vencedor da eleição para a liderança do Partido Nacional Escocês (SNP), pelo que irá assumir também o posto de primeiro-ministro.
Filho de pai paquistanês e mãe queniana, também de origem asiática, Humza Yousaf é o primeiro líder escocês de uma minoria étnica, e o primeiro muçulmano a liderar um grande partido político no Reino Unido.
Yousaf era considerado o favorito e visto como o candidato da continuidade devido à proximidade com a Sturgeon, que se demitiu em meados de fevereiro alegando o "impacto físico e mental" sofrido no posto nos últimos anos.
O líder do Partido Conservador na Escócia, Douglas Ross, lamentou que "a eleição de Humza Yousaf como líder mostra que o governo do SNP vai afastar-se cada vez mais das verdadeiras prioridades do povo escocês para ficar obcecado com a independência".
"Para o bem da Escócia, esperamos que ele não ande de fracasso em fracasso, como fez quando foi ministro da Saúde, ministro da Justiça e ministro dos Transportes de Nicola Sturgeon", acrescentou, em comunicado.
O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, deu os parabéns ao novo líder do SNP, mas afirmou que o partido independentista "não tem as respostas para o [sistema de saúde público britânico] NHS e a crise do custo de vida".
Os eleitores escoceses votaram para permanecer no Reino Unido num referendo de 2014, mas o SNP quer uma nova votação por discordar com o 'Brexit' (a saída britânica da União Europeia).
O Governo central britânico recusou-se a autorizar um segundo referendo, e o Supremo Tribunal do Reino Unido decidiu que a Escócia não pode realizar a consulta pública sem o consentimento de Londres.