Guerra no Sudão
26-04-2023 - 08:16

O presidente e o vice-presidente do governo do Sudão estão em guerra um contra o outro. Desde a independência, em 1956, raramente aquele país viveu em paz. É o maior obstáculo a que as economias africanas possam crescer, tirando as populações da miséria.

Há uma semana rebentou a guerra civil no Sudão. Dois generais, membros do governo militar do país – o presidente e o vice-presidente do executivo - enfrentam-se numa luta para mandar no Sudão. As hostilidades já fizeram centenas de mortos, num país que desde a independência, em 1956, raramente viveu em paz. Os países estrangeiros, incluindo Portugal, esforçam-se por retirar os seus nacionais da zona do conflito.

Infelizmente, guerras destas ocorrem noutros países em África. São o maior obstáculo a que as economias desses países possam crescer, tirando as populações da miséria.

Em 2019 foi derrubado no Sudão o ditador sangrento Omar al-Bashir. Mas a ansiada democracia precisava de paz para se instalar e os dois mais poderosos membros do governo militar não o permitem, com a sua luta armada pelo poder total no Sudão. Foram adiadas as previstas eleições para escolher um governo capaz de realizar a transição democrática.

O poder político pelo qual lutam os dois contendores é visto como um meio indispensável ao enriquecimento pessoal de cada um deles. E não é certo que a guerra civil agora iniciada não venha a envolver também outras forças internas e até externas.

Perante esta situação, a ONU está paralisada pelos direitos de veto da Rússia e da China no Conselho de Segurança. Existem vídeos mostrando soldados e pilotos egípcios capturados, mas o Egito nega qualquer intervenção. E parece que a vizinha Eritreia já enviou armas para o Sudão.

Enfim, mais uma tragédia em África, que impede as infelizes populações de viverem em paz. O grupo de mercenários Wagner, patrocinado pela Rússia, está cada vez mais presente no continente africano – e não promove ali propriamente a paz e a democracia.