O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, sublinhou esta terça-feira que o Presidente russo, Vladimir Putin, é que é o agressor na ofensiva lançada na Ucrânia e mesmo demonstrou que "está a preparar-se para mais guerra".
Reagindo ao discurso de Putin, que acusou o Ocidente de querer impor à Rússia uma "derrota estratégica" na Ucrânia e acabar com o país "de uma vez por todas", argumentando que a ameaça ocidental contra a Rússia justificava a invasão da Ucrânia, Stoltenberg sublinhou que, "há um ano, o presidente Putin lançou a guerra ilegal contra um vizinho pacífico".
"Os factos estão claramente à vista de todos. Ninguém está a atacar a Rússia. A Rússia é o agressor e a Ucrânia é a vítima da agressão. E nós apoiamos o direito da Ucrânia à autodefesa, contemplado na Carta das Nações Unidas", declarou.
O secretário-geral da Aliança Atlântica reforçou que "é o presidente Putin que iniciou esta guerra imperialista de conquista, é Putin que continua a escalar a guerra".
"Pensou que podia destruir a Ucrânia e dividir-nos, mas subestimou a determinação do povo ucraniano na defesa da sua pátria e subestimou a nossa unidade".
Segundo Stoltenberg, um ano depois de ter lançado a invasão russa, não há qualquer "sinal de que o presidente Putin esteja a preparar-se para a paz, pelo contrário".
"Tal como deixou hoje claro, está a preparar-se para mais guerra. A Rússia está a lançar mais ofensivas, a mobilizar mais tropas e a virar-se para a Coreia do Norte e Irão. Também estamos cada vez mais preocupados com a possibilidade de a China planear apoio militar para a guerra da Rússia", disse.
O secretário-geral da NATO insistiu que "Putin não pode ganhar" esta guerra, pelo que é necessário "manter e reforçar o apoio à Ucrânia".
"Temos de dar à Ucrânia aquilo de que precisam para ganhar e prevalecer como uma nação soberana independente na Europa", disse.
Stoltenberg disse ainda deplorar "a decisão de hoje da Rússia de suspender a sua participação no tratado "New START", e convidou o Kremlin a repensar esta decisão, com a qual, frisou, "toda a arquitetura de controlo de armas foi desmantelada".