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A CIP vai averiguar junto da banca e das sociedades de garantia mútua a razão pela qual apenas mil milhões de euros de um total de 6,2 mil milhões de euros nas linhas de crédito estão utilizados.
De acordo com o presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, que falou à saída de uma reunião com o primeiro-ministro, “estão usados pouco mais de mil milhões de euros dos 6,2 mil milhões de euros [que a linha] ainda tem disponível”, indicou, referindo-se ao instrumento de apoio às empresas lançado pelo Governo para combater os impactos da pandemia de covid-19.
“Esta dificuldade de acesso e a burocracia nas candidaturas é que justificarão este montante, mas esperamos que ultrapassada esta fase de experiência e estes mil milhões sejam ultrapassados, até porque as garantias já estão perto dos seis mil milhões de euros”, referiu António Saraiva.
“Assim não se compreende que estejam só contratualizados mil milhões de euros e temos que perceber [a razão] junto da banca e das sociedades de garantia mútua”, referiu.
“Reconhecemos que houve qualquer deficiência” a este nível, indicou o presidente da CIP, que acredita que a excessiva burocracia e o risco que a banca não tem querido correr podem explicar estes atrasos.
“Mas ficamos nós próprios de avaliar junto da banca o que ainda podemos fazer para ajudar a desbloquear mais rapidamente esta questão”, destacou António Saraiva.
A presidente da Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua (SPGM), Beatriz Freitas, disse no parlamento, no dia 12 de maio, que faltavam aprovar perto de mil milhões de euros de garantias do Estado aos apoios às empresas no âmbito da pandemia de covid-19.
"Faltam aprovar mil milhões [de euros] de candidaturas neste momento", disse Beatriz Freitas numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República, referindo posteriormente que o valor "é um bocadinho menos", tendo já sido aprovados mais de 5.000 milhões de euros.
Os mil milhões de euros dizem respeito à linha de apoio à economia, sobre a qual a presidente da SPGM disse ter, até àquela data, autorização para conceder garantias até 6,2 mil milhões de euros.
A presidente da sociedade afirmou não ter ainda dados disponíveis sobre todos os processos para apresentar aos deputados, mas disse que na primeira linha de crédito a taxa de aprovação foi de 94%, porque decorreu "um longo período de tempo em que as candidaturas foram entrando e sendo analisadas".
A presidente da SPGM sublinhou ainda que, de 30 de março a 17 de abril, a sociedade que gere as garantias do Estado recebeu cerca de 3.000 candidaturas, um número que subiu para cerca de 40.000 dos dias 17 a 21 de abril, algo que obrigou o sistema a encerrar de forma a processar as candidaturas recebidas.
A presidente da SPGM afirmou crer que "foi por isso que houve um acumular tão grande de candidaturas para o dia 17 de abril", dado que nesse dia, no portal da sociedade, foram alteradas "as condições da linha" e, portanto, "as condições técnicas" de introdução de dados, correspondente à alteração da primeira linha de crédito de 3.000 milhões de euros para 6.200 milhões.
Beatriz Freitas referiu que a sociedade teve "em dois dias o trabalho de dois meses" devido aos processos para apoio às empresas no âmbito da pandemia de covid-19, e que em dado momento foram recebidas 17 mil candidaturas em cinco horas.