Israel não vai participar na Web Summit de 2023. O anúncio foi feito pelo embaixador israelita em Portugal, Dor Shapira, em reação ao que considera serem "declarações ultrajantes" do fundador da conferência de tecnologia, Paddy Cosgrave. À Renascença, a organização da Web Summit lamentou "qualquer mágoa causada" pelo episódio.
Numa publicação nas redes sociais, o diplomata indica que já comunicou a decisão a Carlos Moedes, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e acusa Cosgrave de ser "incapaz de pôr de lado as suas opiniões políticas extremistas e de denunciar as actividades terroristas do Hamas".
Dor Shapira declarou ainda que "dezenas de empresas já cancelaram a sua participação" na conferência, e encorajou mais a seguir o mesmo caminho. "Devemos ter tolerância zero em relação aos atos terroristas e de terror", atirou.
Paddy Cosgrave escreveu na sexta-feira, na rede social X, que "crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados, e devem ser denunciados pelo que são". Antes, comparou o número de mortes israelitas com as mortes palestinianas.
Em reação, a hashtag #CancelWebSummit tornou-se viral, usada para expressar incompreensão perante as declarações e para anunciar o cancelamento de várias participações e parcerias.
Já esta segunda-feira, Paddy Cosgrave condenou os ataques do Hamas, com esperança de uma "reconciliação pacífica".
Em resposta por escrito à Renascença, a Web Summit repetiu a condenação e o mote de "reconciliação pacífica". "Estamos entristecidos por saber que alguns israelitas na comunidade tecnológica israelita já não vão participar na Web Summit. Lamentamos qualquer mágoa causada e estendemos as nossas profundas simpatias a todos os que perderam entes queridos", afirmou a organização.
"Quantas mais vozes tivermos de todo o mundo, mais podemos ajudar a mudar o mundo para melhor", acrescentou.
A Web Summit está agendada para os dias entre 13 e 16 de novembro, em Lisboa.
[atualizada às 16h10]