Os Estados Unidos lançaram um novo ataque contra rebeldes houthis do Iémen. Esta nova ação visou um radar usado pelos rebeldes e teve um alcance menor do que os 150 bombardeamentos lançados na sexta-feira contra 30 alvos.
A ação militar envolveu o lançamento de mísseis de ataque terrestre Tomahawk a partir do contratorpedeiro naval norte-americano USS Carney às 03:45 no Iémen (00:45 em Lisboa), explicou o Centcom.
O comando detalhou que esta era "uma ação de acompanhamento contra um alvo militar específico", ligada aos ataques realizados na sexta-feira com o objetivo de diminuir a capacidade dos Huthis de colocar em perigo navios no mar Vermelho.
Jornalistas da agência de notícias Associated Press na capital do Iémen, Sanaa, ouviram uma forte explosão esta madrugada.
O canal de televisão al-Masirah, ligado aos rebeldes, confirmou a ocorrência de novos bombardeamentos norte-americanos, que atingiram pelo menos um local em Sanaa esta madrugada.
O presidente dos Estados Joe Biden tinha alertado na sexta-feira que os houthis poderiam enfrentar novos ataques,
A Marinha dos EUA alertou na sexta-feira os navios de bandeira norte-americana para se afastarem das áreas ao redor do Iémen, no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, durante as 72 horas seguintes, por receio de retaliação dos Huthis.
O Conselho Político Supremo dos rebeldes apontou na sexta-feira todos os interesses dos EUA e do Reino Unido como "alvos legítimos" de ação militar, considerando os bombardeamentos como "agressão ilegal e injustificada que viola todas as leis internacionais".
Os EUA e o Reino Unido atacaram na madrugada de sexta-feira posições dos houthis em diversas regiões do país do Médio Oriente, justificando a ação em nome da defesa do comércio internacional e dos navios que transitam pelo mar Vermelho, onde circula cerca de 15% do comércio marítimo global.
Os rebeldes, apoiados pelo Irão, anunciaram na sexta-feira que cinco combatentes foram mortos e seis ficaram feridos após os bombardeamentos.
Em resposta, os houthis declararam "guerra aberta" contra os Estados Unidos e Reino Unido, e reivindicaram o lançamento de uma salva de mísseis contra os seus navios de guerra presentes no mar Vermelho.
Numa reunião do Conselho de Segurança pedida com urgência pela Rússia, na sexta-feira, Moscovo e Pequim sublinharam que os ataques contra os rebeldes do Iémen não estão abrangidos pelas resoluções do Conselho de Segurança ou Carta da ONU.
O Conselho de Segurança aprovou na quarta-feira uma resolução que exigia que os houthis cessassem imediatamente as ofensivas que têm lançado contra navios, em solidariedade para com os palestinianos em Gaza, onde está em curso uma guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas.