António Pires de Lima, o homem que já liderou um processo de privatização da TAP, no Governo de Pedro Passos Coelho, saúda o anúncio do atual executivo de que vai agora alienar, pelo menos, 51% do capital da TAP.
Em declarações à Renascença, o antigo ministro da Economia diz que é um passo positivo e "um regresso ao passado e ao bom senso".
António Pires de Lima manifesta o desejo de que a operação corra bem, mas recusa falar sobre os últimos anos da TAP, em que a transportadora foi renacionalizada por decisão de António Costa.
O ex-ministro o sublinha, contudo, que a TAP "não poderá ser privatizada de qualquer forma, e não será com certeza", mas não se pronuncia sobre o valor que pode ser recuperado, ou não.
Como reage ao anúncio feito pelo Governo de que vai privatizar pelo menos 51% do capital da TAP?
Acho que é um anúncio positivo e, se quer que lhe diga, é um regresso ao passado e ao bom senso, que eu saúdo. Eu próprio tive oportunidade, enquanto ex-ministro da Economia, de liderar o processo anterior de privatização maioritária do capital da TAP. Portanto, só posso saudar esta decisão do Governo...embora não conheça ainda os detalhes, espero que este processo corra bem.
Depois do senhor ter deixado de ser ministro, já houve uma nacionalização e agora vai existir uma reprivatização. Entretanto, o Governo (socialista) investiu muito dinheiro na TAP, mais de três mil milhões. Na sua opinião, esse dinheiro devia ser recuperado na venda da TAP ou a transportadora tem mesmo que ser privatizada, de qualquer forma?
Privatizada de qualquer forma não pode ser, e não será com certeza, pelo que vi hoje anunciado. Dito isto, eu não me vou pronunciar sobre os últimos anos, não me vou pronunciar sobre que valor pode ser recuperado, ou não.
Eu não conheço os detalhes, limito-me apenas a saudar esta decisão que, do meu ponto de vista, é um regresso ao passado e um reconhecimento de que a TAP, para o seu desenvolvimento e para o seu crescimento, deve ser uma empresa maioritariamente privada.
Era escusado todo este período de nacionalização, esta travessia?
Não vou fazer nenhum comentário sobre aquilo que se passou em torno da TAP nos últimos anos, até porque a empresa viveu circunstâncias, também, muito especiais, e que eu não quero comentar.