O Supremo Tribunal espanhol decidiu esta terça-feira suspender, de forma cautelar, o plano do Governo de exumar a 10 de junho o corpo do ditador Francisco Franco, enquanto não houver decisões sobre vários recursos apresentados.
O tribunal justifica esta medida cautelar, solicitada pelos netos de Franco, para “evitar o prejuízo” que poderia causar aos que pediram o recurso, assim como “aos interesses públicos”.
Estas entidades “seriam gravemente afetadas se, exumados esses restos, fosse necessário devolvê-los ao lugar em que se encontram”, ressalta o Supremo Tribunal.
A menos de uma semana da data anunciada, o tribunal decidiu assim travar a mudança de local dos restos mortais, enquanto não toma uma decisão de fundo sobre vários recursos apresentados pela família, pela Fundação Franco e pela Comunidade Beneditina que não estão de acordo com a medida.
O Governo espanhol tinha decidido em 15 de março último exumar a 10 de junho os restos mortais do antigo ditador, que estão no Vale dos Caídos, para o cemitério de Mingorrupio, na povoação de El Pardo, também nos arredores de Madrid.
Os familiares insistem que apenas poderiam considerar a exumação para a catedral de Almudena (Madrid), possibilidade que já tinha sido rejeitada pelo executivo.
Para o Governo socialista, o corpo do ditador não pode ser transferido para qualquer local onde possa ser “enaltecido ou homenageado”.
O parlamento espanhol aprovou em setembro do ano passado a proposta do Governo a autorizar a exumação dos restos mortais do ditador.
O Tribunal Supremo espanhol rejeitou em 17 de dezembro último um primeiro pedido da família de Francisco Franco para que o Governo suspenda o processo de exumação do corpo do ditador.
Francisco Franco Bahamonde foi um militar espanhol que integrou o golpe de Estado que, em 1936, marcou o início da Guerra Civil Espanhola, tendo exercido desde 1938 o lugar de chefe de Estado, até morrer em 1975, ano em que se iniciou a transição do país para um sistema democrático.