O Hamas espera chegar a um cessar-fogo dentro de um ou dois dias, de acordo com uma posição avançada por um elemento do movimento da resistência islâmica, citada pelas agências internacionais.
"Penso que os esforços em curso relativamente ao cessar-fogo serão bem sucedidos", disse o responsável político do Hamas, Moussa Abu Marzouk, à televisão al-Mayadeen do Líbano. "Espero que seja alcançado um cessar-fogo dentro de um ou dois dias, e o cessar-fogo será feito com base num acordo mútuo".
Questionado na rádio pública Kan de Israel se um cessar-fogo começaria na sexta-feira, o ministro israelita dos Serviços Secretos, Eli Cohen, disse que não estaria a contar com isso. “Estamos definitivamente a assistir a uma pressão internacional muito significativa. Terminaremos a operação quando decidirmos que atingimos os nossos objetivos".
Uma fonte de segurança egípcia disse que as partes tinham concordado com um cessar-fogo após a ajuda de mediadores, mas os pormenores ainda estavam a ser negociados em segredo.
A um ritmo mais lento do que nos dias anteriores, o exército de Israel voltou a bombardear, durante a madrugada desta quinta-feira, vários alvos do movimento islâmico Hamas na Faixa de Gaza, apesar das pressões internacionais no sentido do cessar-fogo.
De acordo com o exército israelita, entre os alvos alcançados, foi destruído um local de produção e armazenamento de armas e que era usado pelas milícias palestinianas no lançamento de foguetes contra o território de Israel.
Várias residências de comandantes do Hamas foram também atingidas.
Por outro lado, os ataques israelitas voltaram a concentrar-se na rede de túneis de Gaza, conhecida como "Metro" e que segundo Israel é usada pelas milícias do Hamas para movimento de forças e transporte de armas em Gaza.
A última ofensiva, ocorrida durante a noite, verificou-se após a insistência do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu nos ataques contra Gaza "até que se consiga recuperar a tranquilidade e a segurança".
Netanyahu disse que a campanha é uma ação de "dissuasão contundente" contra as milícias.
O primeiro-ministro voltou a falar dos ataques a Gaza depois de ter sido divulgado um comunicado da Casa Branca informando que o presidente dos Estados Unidos tinha pedido a Netanyahu para levar a cabo "um desagravamento" imediato no sentido "do cessar-fogo".
As milícias de Gaza fizeram dois lançamentos de mísseis durante a madrugada, um número inferior ao que tem ocorrido nos últimos 11 dias.
De acordo com os dados do Exército de Israel, 4.070 foguetes foram lançados pelas milícias palestinianas de Gaza contra território israelita desde o início da guerra.
De acordo com a mesma fonte 610 projéteis caíram em Gaza.
Esta quinta-feira, o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Mass, deve reunir-se com as autoridades de Israel e palestinianas numa tentativa para que seja alcançada uma trégua.
A atual escalada de violência na zona provocou a morte a 227 palestinianos em Gaza, entre os quais 64 menores e 1.620 feridos.
Em Israel morreram 12 pessoas, entre as quais dois menores e registam-se 340 feridos.