Congresso americano aprova "bazuca" de 1,9 biliões de dólares
10-03-2021 - 19:50
 • Hélio Carvalho

Depois de uma batalha por aprovação no Senado, a Câmara dos Representantes deu o “sim” final que o pacote de ajuda necessitava.

1.900.000.000.000 de dólares. É esse o valor do pacote de apoios que a Câmara dos Representantes aprovou esta quarta-feira, que irá servir para dar cheques a milhões de norte-americanos, um suplemento ao subsídio de desemprego de 300 dólares, entre outras medidas. O "American Rescue Plan" é a maior injeção de dinheiro por parte do Estado federal desde a Grande Depressão de 1929.

O voto final na Câmara dos Representantes foi de 220-211, com a maioria democrata a votar previsivelmente a favor da "bazuca" americana. Apenas um democrata votou ao lado da minoria republicana contra a injeção de capital na economia. No Senado, todos os republicanos votaram contra e o voto final foi 50-50, com a vice-presidente Kamala Harris a desempatar a decisão.

O pacote de estímulos à economia foi promovido e apresentado pelo novo Presidente ainda em janeiro e Joe Biden deverá assinar o documento na sexta-feira e colocar assim em prática uma medida histórica.

Segundo a Vox, os apoios representam 9% do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos.

Além de garantir uma extensão aos benefícios e subsídios dos desempregados, que aumentaram imenso durante a pandemia, o Estado também financiará a distribuição de milhares de milhões de doses de vacinas por escolas, pequenas empresas e governos estatais.

Segundo um estudo da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, a medida poderá cortar radicalmente o índice de pobreza infantil em metade e o índice de pobreza geral em um terço, já este ano.

O pacote também inclui apoios a moratórias de crédito e ajuda para pagar alimentação, rendas e hipotecas.

A aprovação do plano de 1,9 biliões de dólares é o culminar da primeira grande vitória do novo Presidente Joe Biden, que menos de dois meses depois de tomar posse consegue aprovar um gigantesco pacote de resgate para combater a crise económica e social que a pandemia provocou.

Mas o plano não é livre de críticas. Alguns democratas mais moderados foram contra o programa inicial, que incluía um salário mínimo federal de 15 dólares à hora. A proposta de um aumento no salário mínimo nacional acabou por ser chumbada, por republicanos e por democratas mais ao centro.

Discriminadamente, o pacote inclui 350 mil milhões para governos estatais, locais e tribais; 10 mil milhões para projetos de infraestruturas de emergência; 14 mil milhões de dólares para distribuição de vacinas; e 130 mil milhões de dólares para escolas primárias e secundárias.

Quanto aos cheques diretos que cada americano vai receber, o Estado irá distribuir 1400 dólares a contribuintes que ganhem um valor igual ou inferior a 80 mil dólares anuais, pais solteiros que ganhem um valor inferior ou igual a 120 dólares anuais ou casais que ganhem entre os dois cônjuges um total inferior ou igual a 160 mil dólares.

Os apoios familiares não ficam por aqui. Em casas com um rendimento anual total inferior a 150 mil dólares, o Estado irá dar 300 dólares semanalmente até 6 de setembro e até 10.200 dólares em subsídios de desemprego referentes a 2020.

Cada criança “vale” à sua família um cheque do Governo: 300 dólares por criança com cinco anos ou menos e 250 dólares por criança com idades entre os seis e os 17 anos de idade.