A Amnistia Internacional (AI) exige uma investigação ao eventual uso de armas químicas na Síria.
Na terça-feira, o conselho de segurança das Nações Unidas (ONU) pediu uma clarificação sobre o que aparenta ser um ataque com armas químicas perto de Damasco, mas não se chegou a acordo para uma resolução que obrigue o regime sírio a autorizar o acesso dos inspectores ao local onde terá ocorrido o ataque.
O porta-voz da AI em Portugal, Vítor Nogueira, considera que a posição da ONU é gravíssima e defende a necessidade de uma investigação e eventual condenação dos responsáveis. “O mínimo que se pode fazer é exigir um inquérito feito pela comunidade internacional, feito por responsáveis pelas Nações Unidas em relação à ocorrência destas intervenções”, afirma.
“É uma preocupação muito grande, porque os Estados Unidos tinham dito recentemente que não permitiriam a utilização de armas químicas, mas parece que estão a ser usadas e o próprio Conselho de Segurança nem sequer uma investigação pede”, critica Vítor Nogueira.
“Aparentemente, querem um discurso mais neutro a respeito da situação e parece que a impunidade é o que mais vale neste momento.”
A oposição síria acusa o Presidente Bashar Al-Assad de ter ordenado bombardeamentos com recurso a gás sarin, causando mais de 1.300 mortos, incluindo muitas crianças. O regime de Damasco classifica os alegados ataques como "ilógicos e fabricados", lembrando que Assad permitiu a entrada de inspectores da ONU para investigarem a possível utilização de armas químicas em situações anteriores.
Um porta-voz da oposição disse esta quinta-feira que ainda estão a ser descobertos novos corpos. “Esperamos um aumento no número porque descobrimos um bairro em Zamalka onde há casas cheias de mortos”, disse Khaled Saleh, à agência Reuters.