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Como ponto de partida, o Governo decidiu que, nesta primeira fase, só seriam vacinados metade dos bombeiros e a conta rigorosa fez-se através dos dados que a 31 de Dezembro de 2020 constavam no portal do Recenseamento Nacional dos Bombeiros Portugueses (RNBP).
O número 14.904 corresponde exatamente a 50% dos quadros ativos e de comando. São esses nomes que constam das listas enviadas para todas as autoridades de saúde, onde geograficamente se encontra cada uma das corporações.
A escolha dos elementos, essa, coube a cada comandante de acordo com alguns critérios.
Estão indicados os bombeiros que trabalham nas ambulâncias em serviço de urgência pré-hospitalar, os que fazem transporte de doentes não urgentes (que continua a ser o grosso do trabalho diário dos voluntários), os assalariados contratados para desempenhar diversas funções operacionais e, pelo menos, um elemento da equipa de comando de cada corporação.
Se por algum motivo este conjunto de elementos não perfizer os 50% da corporação, o comandante fica ainda livre de indicar outros elementos.
O ritmo da vacinação será gerido entre o Centro de Saúde da área em que se encontra o quartel dos bombeiros e o respetivo comandante, de acordo com a disponibilidade dos elementos em cada momento do dia.
Já foram vacinados 870 bombeiros
Mesmo antes do atual plano estar concluído, e sem que houvesse qualquer indicação formal nesse sentido, já havia bombeiros a serem vacinados. Ao todo já são 870 os que receberam a primeira e nalguns casos também a segunda dose.
Na sua esmagadora maioria foram sobras de lares de idosos, onde os bombeiros têm sido presença assídua no último ano, não só para apoio e transporte de utentes desses lares, mas também inseridos em operações de maior envergadura coordenadas pela segurança social, pela proteção civil, ou pelas autoridades de saúde.
Foi no contexto desse trabalho junto dos lares que muitos bombeiros foram convidados a aceitar vacinas que sobraram, e isso aconteceu sobretudo nos distritos de Setúbal e Coimbra, mas há registo de casos em praticamente todo o país.
Esses 870 já não farão parte do grupo de 14.904 agora constituído para o arranque oficial da vacinação dos bombeiros, o que faz com que o número total de vacinados nesta fase seja afinal de quase 16.000 bombeiros.
Proteção Civil, para já, fica de fora
Do plano do Governo para esta fase da vacinação, que também inclui forças de segurança e forças armadas, não constam os cerca de 700 profissionais que trabalham para a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
A questão foi obviamente colocada, até porque muitos destes operacionais têm estado envolvidos nas mais variadas ações de prevenção e combate à Covid-19 - como é o caso das Estruturas de Apoio de retaguarda, ou a montagem de tendas de triagem em hospitais, ou ainda o apoio à vacinação em lares.
O Ministério da Administração Interna entendeu, no entanto, que a prioridade não é a mesma, e não incluiu esses profissionais nesta fase de vacinação.