O Partido Comunista Português quer colocar “Portugal a produzir mais”, para defender a segurança alimentar do país, atualmente “em risco” com a crise internacional que se vive.
No ultimo dia das jornadas parlamentares, a percorrer quilómetros pela Península de Setúbal, os comunistas, entre outros encontros, almoçaram com agricultores da região que testemunharam a situação de quase desespero que se vive no setor, muito por causa do aumento dos custos de produção.
À Renascença, o deputado Bruno Dias acentuou a ideia de que é urgente promover e valorizar a produção nacional, dada a necessidade de reduzir a dependência externa do país, relativamente a bens essenciais.
“Estamos a falar de bens essenciais e da necessidade de garantir a soberania alimentar, para que o nosso país não fique completamente dependente de países estrangeiros para abastecer, por exemplo, os cereais e cuja dependência é alarmante”, sublinha o deputado.
“Precisamos de desenvolver a produção de cereais no nosso país, compensando os produtores devidamente, criando condições ao nível técnico e até cientifico, para que o Estado seja um apoio e não esteja nesta lógica do vamos lá comprar onde for mais barato”, afirma.
O deputado comunista lembra a crise internacional que “estamos a atravessar”, para dizer que “há quem se esteja a aproveitar muito e a ganhar muito dinheiro com a guerra e com as sanções, impondo preços exorbitantes”, o que “não pode continuar a acontecer”.
A “jogar” em casa, eleito pelo circulo eleitoral de Setúbal, Bruno Dias afiança que “há um conjunto de politicas que têm de ser revertidas”, por isso, pede ao Governo, “coragem política” para defender a segurança alimentar do país, uma vez que, até agora, as medidas implementadas são, manifestamente, insuficientes.
“As medidas que o Governo tem aplicado são quase simbólicas, nalguns casos, e os produtores agrícolas e da pecuária dizem que estão muito aquém de responder aos problemas”, menciona
Bruno Dias defende “o “controlo dos preços e garantindo o abastecimento relativamente aos custos de produção, para que haja sustentabilidade”.
Por outro lado, o PCP pede ao Governo que “assuma uma postura de coragem politica, para enfrentar os grandes interesses económicos para que os produtores nacionais, a agricultura familiar e a nossa soberania alimentar, sejam defendidas”.