Lisboa é, a partir desta segunda-feira e até quinta, a capital mundial dos negócios tecnológicos. A Web Summit chega a Portugal depois de “muito trabalho” levado a cabo por uma equipa liderada pelo número dois do anterior governo, Paulo Portas.
“Na altura informei-me melhor sobre a Web Summit e percebi que era um evento com uma capacidade de atracção de startups e de motivação da económica digital e de levantamento de fundos muito importante para boas ideias e bons negócios”, recorda na Renascença.
Estávamos em 2015, ano em que os promotores do evento decidira sair da Irlanda, onde tudo começou.
“Lembro-me de ter enviado uma missão sigilosa, através da AICEP, contactar com a organização do Web Summit e a partir daí tratou-se de preparar com tempo uma proposta portuguesa que fosse muito competitiva e que convencesse a Web Summit a transferir-se de armas e bagagens para Portugal”, acrescenta Paulo Portas.
A decisão foi anunciada em Setembro daquele ano, altura em que Portugal vivia a campanha eleitoral para as legislativas.
“Entendi que devia ter ao meu lado o presidente da Câmara de Lisboa, que na campanha eleitoral estava em posição diferente da minha”, afirma o antigo vice-primeiro-ministro, promotor da diplomacia económica.
“Estas matérias não são de natureza partidária. De todo”, destaca na entrevista em directo no Carla Rocha – Manhã da Renascença.
O ministro da Economia, Caldeira Cabral, concorda. “Penso que não há o trabalho de um Governo ou de outro, há uma continuidade”, afirma também à Renascença.
“Estamos a fazer um trabalho em contínuo com o que já foi um esforço do anterior Governo e vai ser um esforço que queremos manter e o que queremos é que não fiquem cá só três anos, mas que fiquem cinco, seis, sete, que fiquem mais tempo e estou certo que vão sentir que Lisboa e Portugal sabem bem acolher um evento deste género”, conclui.
Lisboa sucede a Dublin como sede da cimeira da tecnologia e recebe mais de 50 mil pessoas, 20 mil empresas, mais de duas mil startups (150 delas nacionais de topo), 663 oradores, 1.500 investidores, sete mil presidentes executivos e dois mil jornalistas estrangeiros.
A Web Summit deverá manter-se na capital portuguesa até 2020, com possibilidade de prolongar a estada por mais dois anos.