Um milhão de euros, é o valor registado pela Polícia de Segurança Pública (PSP), em 2022, com a mais recente fraude através do WhatsApp. Neste esquema, o criminoso faz-se passar por um filho e pede uma transferência bancária. “Olá pai, olá mãe” já registou 1.244 denúncias.
À Renascença, o intendente Nuno Carocha refere a importância de “prevenir a criminalidade digital, até porque essa criminalidade tem vindo a aumentar, nos últimos quatro anos”. Durante este período, a PSP registou “mais de 36 mil ilícitos concretizados por intermédio dos meios digitais”, adianta.
“É muito importante começarmos a consolidar junto da população que existe criminalidade nos meios digitais, mas que isso não nos deve atemorizar”, sublinha.
“Temos verificado que que há bastantes pessoas que se têm deixado vitimizar, a principal faixa etária visada por esta burla é uma população já sénior, com filhos e netos”, relata o intendente Carocha.
A PSP está confiante que em muito pouco tempo esta burla “se torne absolutamente inexpressiva”.
O que fazer para não ser vítima da burla “olá pai, olá mãe”?
Para assinalar o Dia da Internet Segura, a PSP apela ao cuidado da população e deixa algumas dicas para despistar uma fraude deste género.
“A pessoa quando recebe um contacto deste tipo deve tentar contactar o filho ou filha, mas pelo número que anteriormente sempre utilizou. Se, mesmo assim, não o conseguir, a pessoa deve, por outro meio qualquer, tentar falar com o seu familiar e nunca aceitar transferir qualquer quantia, por menor que seja, antes de falar com a pessoa”, explica Nuno Carocha.
A segunda forma de prevenção “é colocar uma pergunta de despiste e, portanto, colocar uma questão para a qual, em princípio, só um número muito reduzido de pessoas conheçam a resposta correta, como por exemplo, a data de aniversário das duas pessoas visadas, a matrícula do veículo que normalmente utilizam”.
No âmbito do Dia Europeu da Internet Mais Segura, que hoje se assinala, a Polícia de Segurança Pública indica que no ano passado registou 11.200 crimes de burla informática e nas comunicações, mais 20% do que em 2021, quando se tinham verificado 9.349.
Os dados da PSP mostram que este crime de burlas praticadas através de meios digitais tem vindo a aumentar desde 2019, quando se verificaram 6.758 queixas, passando para 8.706 em 2020 (mais 29%), "um aumento significativo" que coincide com o primeiro confinamento devido à pandemia de covid-19 e durante o qual a população fez compras através de plataformas digitais.
Aquela força de segurança precisa que, nos últimos quatro anos, registou 36.013 denúncias de burlas feitas através de meios digitais, frisando que constituem "um fenómeno criminal em crescendo", em contraciclo com a tendência da criminalidade geral no país, que tem vindo a diminuir.
A PSP vai assinalar o Dia da Internet Mais Segura com uma sessão no Comando Metropolitano de Lisboa, em Moscavide, destinada a mais de 30 idosos.