Matemático prevê adiamento do pico de casos da quinta vaga de Covid-19
19-01-2022 - 23:09
 • João Malheiro

Óscar Felgueiras, que tem ajudado as autoridades de saúde a prever cenários durante a pandemia, considera que, apesar deste aumento do número de casos de infeção por SARS-CoV2, o impacto no número de eleitores isolados não será grande.

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O crescente número de casos de Covid-19 vai adiar o pico da quinta vaga da pandemia. As contas são do matemático Óscar Felgueiras, no dia de novo máximo de infetados: mais de 50 mil.

Ouvido pela Renascença, o professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto refere que as infeções em crianças e adolescentes são as que mais têm contribuído para a tendência de subida.

"Tinha havido um abrandamento do crescimento, só que, na última semana, houve um crescimento muito forte do número de casos em crianças. Esse aumento nota-se bastante, tanto nas crianças como nos adolescentes. Acaba por se notar também na faixa etária dos 30 a 49. Portanto, os casos em crianças estão com uma trajetória de subida que não parece que vá parar já. É natural que ainda tenhamos algum impulso vindo daí, que demore mais um pouco atingimos o pico", considera o matemático.

Óscar Felgueiras, que tem ajudado as autoridades de saúde a prever cenários durante a pandemia, refere que, apesar deste aumento do número de casos de infeção por SARS-CoV2, o impacto no número de eleitores isolados não será grande. Por isso, a previsão de 400 mil deve manter-se.

"Não parece ser muito longe daquilo que acontecerá, no sentido em que, de facto, há grande concentração dos casos atuais nos jovens, que não estão em idade elegível para votar. Portanto essa estimativa parece-me que continuará a ser relativamente plausível."

Portugal ultrapassou, na quarta-feira, os dois milhões de pessoas infetadas pelo coronavírus SARS-CoV-2 desde o início da pandemia de covid-19, o que equivale a cerca de 20% da população.

O país passou a contabilizar um total de 2.003.169 pessoas infetadas desde que foram confirmados os primeiros casos, em 2 de março de 2020.

Foram precisos cerca de 17 meses para Portugal ultrapassar a marca de um milhão de infetados, o que aconteceu a 14 de agosto de 2021, mas apenas cerca de quatro meses para o país passar de um para dois milhões de pessoas contagiadas.

Nos primeiros 19 dias deste ano, Portugal já registou 12 dias com mais de 30 mil casos diários.

Desde março de 2020, morreram 19.413 pessoas devido à pandemia.

O reforço de vacina já foi administrado a mais de quatro milhões de pessoas, 81.335 delas na terça-feira, segundo o relatório de vacinação divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).