A guerra na Europa, o drama das migrações, a crise climática e ecológica são temas que certamente vão estar em destaque na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, garantiu esta quinta-feira o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
Numa conversa online com um grupo de vaticanistas da Associação Internacional dos Jornalistas Acreditados no Vaticano (AIGAV), o cardeal patriarca disse que “a JMJ de Lisboa é uma organização católica, mas é também para todos”.
Interrogado sobre a eventual participação de jovens de outras religiões, sublinhou que “a identidade católica da Jornada é clara: oferecemos o que somos e acolhemos também os que não estão connosco na fé, mas estão connosco na vida”.
Sobre a deslocação de Francisco a Fátima, D. Manuel Clemente afirmou que “o Papa sempre disse que queria lá ir”, acrescentando que “será um momento breve, mas intenso”.
Várias perguntas insistiram nos detalhes de um eventual encontro do Santo Padre com vítimas de abuso. O cardeal patriarca apenas confirmou que haverá esse encontro, mas não adiantou nem quantas vítimas nem em que dia e hora serão recebidas pelo Papa, para se assegurar o máximo de discrição.
“A lista das pessoas ficou a cargo da Conferência Episcopal Portuguesa, em coordenação com as estruturas diocesanas que acompanham a questão dos abusos”, afirmou.
A propósito da recente nomeação de D. Américo Aguiar para o colégio cardinalício e o facto de Portugal, apesar da sua pequena dimensão geográfica, passar a ter quatro cardeais eleitores, D. Manuel Clemente referiu que, nos últimos anos, houve duas ocasiões significativas para o nosso país: os 100 anos das Aparições de Fátima e agora a JMJ.
“Creio que estes dois acontecimentos ligaram, de modo especial, o Santo Padre a Portugal e implicaram um relacionamento pessoal do próprio Francisco com o bispo de Fátima e com o bispo auxiliar de Lisboa, daí ter feito cardeal D. António Marto e agora D. Américo Aguiar”, concluiu o cardeal patriarca.