O Partido socialista vota a favor da comissão de inquérito do Bloco de Esquerda à gestão da TAP, entre os anos de 2020 e 2022. "Não votaremos a favor da comissão de inquérito do Chega e votaremos a favor da do Bloco de Esquerda", garantiu o deputado do PS Carlos Pereira.
Na apresentação da proposta, a deputada do BE Mariana Mortágua defendeu que "uma coisa é um esquecimento, outra é o estado de negação a que chegou a maioria absoluta de António Costa", referindo que na entrevista de segunda-feira o primeiro-ministro "negou que os salários e indemnizações da TAP fossem um assunto do Governo".
"A comissão de inquérito proposta pelo Bloco de Esquerda tem objetivos simples: romper com o vício da negação e do esquecimento, trazer transparência à gestão da TAP, apurar responsabilidades e reverter decisões que ofendem os trabalhadores e que lesam o interesse público", explicou, justificando, já no final do debate, que uma "comissão de inquérito que é sobre tudo não investiga nada" e que espera que os trabalhos "não sejam contaminados por jogos políticos vazios".
No período da apresentação da sua proposta, o presidente e deputado do Chega, André Ventura, considerou que todo este processo da TAP é a "vergonha socialista no seu melhor" e afirmou que a companhia aérea "é o novo Novo Banco e tem um responsável que chama António Costa e PS". Por isso, o partido quer uma "investigação séria e profunda" porque é preciso "averiguar tudo e de todos" para saber "como foi gasto o dinheiro" dos contribuintes "doa a quem doer".
Já o vice-presidente da bancada do PSD Hugo Carneiro acusou o PS de se apresentar no debate de "forma tímida" e a bancada socialista de ter mudado de posição, passando do anúncio da abstenção para o voto a favor da proposta do BE.
"O único propósito que o PS tem nesta discussão é salvar o ministro das Finanças, nem a presidência da comissão parlamentar de inquérito queria", criticou o social-democrata, questionando porque não viabilizará também a proposta do Chega.
Na resposta, o socialista explicou ao PSD que, "para o PS, aprovar uma comissão de inquérito do Chega não é a mesma coisa".
O deputado do PCP Bruno Dias voltou a insistir na necessidade de alargar o objeto da comissão de inquérito - o que é desde logo rejeitado pelo partido proponente, o BE -, considerando que confinar o inquérito a um caso "vai contribuir para degradar a imagem e o valor da TAP e facilitar a privatização".