“Este processo vai fazer história". Defesa de suspeito de planear ataque contesta prisão preventiva
11-02-2022 - 15:26
 • Ricardo Vieira

"Estamos todos a inovar e a analisar isso. Será terrorismo? Não sei", disse aos jornalistas o advogado Jorge Pracana.

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O advogado do suspeito de planear um ataque contra a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa deixou claro que vai tentar contestar a medida de coação de prisão preventiva, determinada esta sexta-feira pelo juiz de instrução.

“Aguardo alguns documentos que poderão ser úteis à reversão da decisão”, declarou Jorge Pracana aos jornalistas, no Campus da Justiça.

Segundo o advogado, que vai avaliar a indiciação por terrorismo, o seu cliente optou por ficar em silêncio durante o interrogatório.

Para a defesa do jovem aluno de Engenharia Informática, “este processo vai fazer história no país".

"É o primeiro e espero que seja o último. Este tipo de acusação… Portanto, estamos todos a inovar e a analisar isso. Será terrorismo? Não sei", declarou Jorge Pracana.

"O Ministério Público tem a sua opinião e eu tenho a minha que será expressa oportunamente", argumenta Jorge Pracana. A acusação foi mal formulada? “Não vou pronunciar-se ainda sobre isso”, respondeu.

Questionado sobre os argumentos para justificar a prisão preventiva, o advogado considera que "a tranquilidade pública é um conceito muito abstrato".

"Os senhores fazem o vosso papel, que é importante, mas também contribuem para a intranquilidade pública ao dar as notícias. Não é uma crítica, é uma constatação. É natural que o senhor procurador e o senhor juiz tivessem esse cuidado e é uma das figuras penais exigidas para atribuição daquela medida de coação”, declarou.

O jovem suspeito de planear um ataque contra a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa vai aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva.

O arguido foi ouvido esta sexta-feira pelo juiz de instrução, no Campus da Justiça, em Lisboa.

O suspeito está indiciado pelo crime de terrorismo e posse de armas proibidas e deverá ser agora levado para o Estabelecimento Prisional de Lisboa.

O magistrado decidiu aplicar a medida de coação mais gravosa ao jovem de 18 anos, estudante de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências.

O juiz de instrução considera que estaria em causa a continuidade da atividade criminosa e entendeu que está em causa a possibilidade de perturbação da tranquilidade da ordem pública, se o arguido ficasse em liberdade.