Um inquérito promovido pela comissão de trabalhadores do Infarmed - Autoridade do Medicamento mostra que apenas sete por cento dos funcionários estaria disponível para se mudar.
No estudo a que a agência Lusa teve acesso, participaram 304 dos 356 trabalhadores da instituição, o que representa uma taxa de resposta superior a 85%.
Das respostas obtidas, 99% dos trabalhadores discorda da deslocalização para o Porto, uma decisão que o ministro da Saúde anunciou em novembro de 2017, surpreendendo a instituição e os seus trabalhadores, depois de ser conhecido que a candidatura do Porto a receber a sede da Agência Europeia do Medicamento não tinha sido vencedora.
Para a comissão de trabalhadores, os resultados deste inquérito “vêm consolidar, meio ano depois e sem margem para dúvidas, a posição inicialmente tomada pelos colaboradores”, que após o anúncio do ministro da Saúde se manifestaram contra a intenção de deslocalização num inquérito semelhante.
Segundo o inquérito realizado hoje, apenas 22 colaboradores (7,7%) manifestam disponibilidade para se mudar para a cidade do porto, com a larga maioria a rejeitar essa possibilidade.
À pergunta “Como avalia o impacto para a missão e desempenho do Infarmed de uma eventual mudança para a cidade do Porto?” 97% dos trabalhadores considera que é negativo, 2,3% consideram que não tem impacto e nenhum colaborador admite que possa ter impacto positivo.
O inquérito foi realizado de forma a preservar o anonimato dos colaboradores, através do depósito das respostas em urna.
No final deste mês deverá ser apresentado o relatório do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para estudar o impacto e os cenários de deslocalização do Infarmed de Lisboa para o Porto.