É possível que, para muitos portugueses, o nome Vítor Escária diga pouco. Mas dentro do Partido Socialista, o economista e professor do ISEG doutorado pela Universidade de York, no Reino Unido, é uma figura reconhecida. E com histórico.
Escária foi o principal assessor económico de José Sócrates, entre 2005 e 2011. E desempenhou também a mesma função – salvo uma interrupção, devido ao Galpgate – junto de António Costa.
Desde 2020, era chefe de gabinete do primeiro-ministro.
O economista, um dos arguidos na investigação do Ministério Público devido a suspeitas de tráfico de influência nos negócios de hidrogénio verde e lítio, esta terça-feira, acompanha António Costa já quase há uma década.
Próximo e influente
Ainda enquanto líder da autarquia de Lisboa, Costa chamou Escária para colaborar na missão Lisboa 2020, que tinha como objetivo preparar a cidade para o novo quadro comunitário.
Depois, em abril de 2015, integrou o “grupo de 12 sábios” que desenharam o programa económico com que o PS se apresentou a votos.
Na primeira legislatura de Costa, Vítor Escária assumiu funções como conselheiro económico. Foi enquanto estava nesse cargo que aceitou bilhetes da Galp para ir ver jogos do Euro2016.
O caso Galpgate, com a suspeita de crimes de recebimento indevido de vantagem, levou à saída de Vítor Escária do Governo - o caso foi arquivado em 2020.
Apesar de ter saído Governo, Vítor Escária continuou sempre próximo de António Costa. Acompanhou, inclusive, o primeiro-ministro no processo de negociação do novo Fundo de Recuperação e o quadro de fundos comunitários até 2029.
Em agosto de 2020, regressou ao Governo como chefe de gabinete de António Costa.
De acordo com vários relatos, Escária acompanhou o primeiro-ministro em muitos momentos de tensão nos últimos anos. Por exemplo, foi o assessor que apoiou Costa aquando da polémica da não-demissão de João Galamba, contra a vontade de Marcelo Rebelo de Sousa.