Ao terceiro e último dia de greve no sector, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos afirmou-se surpreendido com a dimensão que o protesto está a ter. À Renascença, Jorge Roque da Cunha diz que cabe ao ministro Adalberto Campos Fernandes avançar com negociações.
Questionado se pode haver uma nova greve, Jorge Roque da Cunha diz que vão tentar continuar a negociar. “Esperemos que essa última das últimas possibilidades de combate dos médicos não seja necessária de novo. Os médicos não são amigos das greves”, sublinha.
O mesmo responsável lembra ainda que os utentes têm demonstrado uma grande compreensão. “Percebem que nós ao pretendemos melhorar as mossas condições de trabalho, aos pretendemos que o Governo invista mais neste setor é para bem deles”.
A greve nacional de médicos teve início às 00h01 de terça-feira e termina às 23h59 de quinta-feira, uma paralisação que os sindicatos consideram ser pela "defesa do Serviço Nacional de Saúde".
Em termos concretos, os sindicatos querem uma redução do trabalho suplementar de 200 para 150 horas anuais, uma diminuição progressiva até 12 horas semanais de trabalho em urgência e uma diminuição gradual das listas de utentes dos médicos de família até 1.500 utentes, quando atualmente são de cerca de 1.900 doentes.
Entre os motivos da greve estão ainda a revisão das carreiras médicas e respetivas grelhas salariais, o descongelamento da progressão da carreira médica e a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e de risco e penosidade acrescidos, com a diminuição da idade da reforma.
A paralisação nacional afeta sobretudo consultas e cirurgias programadas, estando contudo garantidos serviços mínimos, como as urgências, tratamentos de quimioterapia, radioterapia, transplante, diálise, imuno-hemoterapia, ou cuidados paliativos em internamento.