A seleção nacional a partir de segunda-feira transfere-se para a Cidade do Futebol. O selecionador, numa conversa com os jornalistas após o treino da equipa em Budapeste, explicou que o que estava planeado era continuar em Budapeste mas, depois de um estudo à volta de aspetos como a alta temperatura da capital húngara e a distância geográfica para os jogos até ao fim do europeu, com a chave que o calendário determina a partir dos oitavos de final, com jogos em Sevilha, Munique e Londres, decidiu mudar-se para Oeiras. A equipa viaja de Budapeste para Sevilha, sábado. E domingo à noite, regressa à Cidade do Futebol, em Oeiras.
Houve mudança de quartel-general”, mas não houve mudança de convicção quanto à candidatura, que o selecionador continua a assumir neste europeu. “A convicção é a mesma porque senão levava as malas para Sevilha e se as coisas não corressem bem ia para casa. Mantenho a convicção de ir à final e ganhar o europeu”, referiu o selecionador.
O que melhorou com a França e o que falta melhorar
Sobre o jogo com a França, o selecionador reconheceu que há aspetos a melhorar designadamente na média de golos que a equipa está a sofrer. “E preciso ser mais consistente porque estes campeonatos são ganhos geralmente pela equipa que regista a melhor defesa”, referiu. Contudo, Fernando Santos conclui que a equipa frente à França denotou melhorias na organização ofensiva apresentando-se bem, também nos níveis de intensidade. Já em termos ofensivos o selecionador assinalou a necessidade de definir melhor. “Fizemos sete golos nos três jogos mas não está tudo perfeito”, argumentou.
Nelson Semedo, o “patinho feio”
No jogo com a França, dois jogadores foram substituídos devido a lesão: Nelson Semedo e Danilo Pereira. O selecionador explicou que Nelson Semedo saiu por estar esgotado fisicamente. O selecionador foi confrontado com as críticas ao jogador. Fernando Santos defendeu o lateral ironizando: “há sempre um patinho feio na seleção”.
A radiografia da Bélgica
Sobre a Bélgica, Fernando Santos não disse tudo. “Não vou comentar as fragilidades do adversário mas a equipa belga tem aspetos que podemos explorar”, começou por referir.
Numa radiografia à equipa belga, Fernando Santos destacou as características que irão merecer maior atenção dos jogadores portugueses. “É uma equipa que joga junta há muito tempo. O jogo flui de forma natural e compensa-se bem. Os jogadores conhecem-se muito bem e essa é uma das armas para a Bélgica. O jogador que atua no espaço interior que pode ser De Bruyne ou Hazard vai obrigar a termos uma atenção importante por ser um fator que pode ser decisivo no joog. É uma equipa que gosta de sair a jogar e procura muitas vezes atacar a profundidade com Lukaku ou Meunier à direita. Hazard e Mertens são jogadores de movimento e procura de espaço. É uma equipa com argumentos fortes que por alguma razão é a número 1 no mundo, no ranking da FIFA”, sublinha.
A citação de Pinto da Costa
A partir de agora quem perder vai para casa. O europeu entra na fase a eliminar e Fernando Santos cita frases de Scolari e Pinto da Costa sobre como encarar jogos decisivos. “A competição é dura e agora entramos numa fase do mata-mata como diria o Scolari. Tive um presidente que dizia que as finais não se jogam, ganham-se. Mas a este nível para ganhar é preciso jogar bem. Sempre disse que jogar bem é defender e atacar bem, estar bem nas transições, nas bolas paradas, e o adversário não fazer golos e nós fazermos”.
Os recordes de Ronaldo
Ronaldo com cinco golos já é o melhor marcador do europeu tendo também com os dois golos á França, igualado o recorde do iraniano Ali Daei com 109 golos, como maior goleador mundial da história das seleções. O jogador continuar a querer bater recordes no Euro 2020 mas esse não é um tema que preocupe o treinador. “Ronaldo é Ronaldo! Tem uma disponibilidade muito grande para servir a seleção e procurar fazer o que faz bem, os golos. Sempre mostrou um grande compromisso com a equipa e depois o que tiver de acontecer acontece. Nunca me preocupou".