A Iniciativa Liberal (IL) quer chamar ao parlamento a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e a ministra da Coesão Territorial para prestarem explicações sobre o que "continua por fazer" após os incêndios de Pedrógão Grande.
Quando passam seis anos desde a tragédia, Rui Rocha considera que "os portugueses merecem explicações claras sobre tudo o que continua por fazer". .
"Seis anos depois dos incêndios de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, ainda existem casas por reconstruir. Algumas primeiras habitações e quase todas as que não eram primeiras habitações. É incompreensível", aponta.
O líder da IL defende igualmente que o dinheiro do fundo Revita, "constituído sobretudo graças aos donativos dos portugueses, tem de ser investido naquele território".
E questiona: "Quais são os planos do Governo para as verbas que ainda existem no fundo? Como está a ser feita a articulação com as autarquias? Porque é que o Governo fez um despacho para nacionalizar o Revita quando o regulamento do próprio fundo prevê exatamente o contrário? Qual é o objetivo?".
Na ótica de Rui Rocha, "é imoral" porque "o Estado não é dono daquele dinheiro". .
O presidente da IL considera que "aquelas verbas devem ser aplicadas no muito que ficou por fazer nos territórios atingidos". .
O deputado aponta ainda "uma enorme opacidade na gestão do Revita", indicando que "os relatórios de execução trimestrais não são publicados há um ano e o relatório e contas de 2022 também não é conhecido". .
"O que se passa? Quem não está a fazer a sua parte: o Conselho de Gestão do Revita ou a tutela política?", acrescenta Rui Rocha.
No sábado assinalaram-se seis anos desde os incêndios que deflagraram em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande, e que alastraram a concelhos vizinhos, provocando a morte de 66 pessoas, além de ferimentos noutras 253, sete das quais graves. Os fogos destruíram também cerca de meio milhar de casas e 50 empresas. .
A maioria das vítimas mortais foi encontrada na Estrada Nacional (EN) 236-1, que liga Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, junto à qual foi erguido um memorial de homenagem.
Em outubro do mesmo ano, outros incêndios na região Centro provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.