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As autoridades policiais da Madeira surpreenderam duas pessoas a pegar fogo, o incêndio na ilha lavrava com grande intensidade. A informação foi divulgada esta quarta-feira de manhã pelo presidente do Governo Regional.
“É um caso numa quinta específica, onde os incendiários foram apanhados em flagrante delito”, anunciou Miguel Albuquerque em conferência de imprensa, acrescentando que “este é o terceiro incêndio espoletado no mesmo sítio – sítio da Cova - sempre por fogo posto”.
Sobe assim para três o número de suspeitos de fogo posto na Madeira, uma vez que já tinha sido identificado um outro, que agora estará em prisão preventiva e que terá dado “início a esta tragédia”.
Miguel Albuquerque não se quis alongar sobre a nova “situação muito particular”, deixando a divulgação de mais dados para “as autoridades competentes”.
O incêndio começou na segunda-feira à tarde e já fez três vítimas mortais – “pessoas idosas em Santa Luzia, onde duas casas foram afectadas”, afirmou o presidente do Governo regional.
Além disso, há duas pessoas feridas com gravidade e 327 deram entrada nas urgências com pequenas queimaduras e problemas respiratórios. Ficaram 80 internadas.
Há ainda uma pessoa desaparecida e mil pessoas foram retiradas de habitações e hotéis durante a noite, tendo muitas dela também fugido de casa em pânico. Os realojados, habitantes e turistas, encontram-se no Regimento de Guarnição nº 3, no Funchal (600), no estádio dos Barreiros (300) e no centro cívico de São Martinho (50).
Durante a noite, uma mudança na direcção do vento impediu os bombeiros de evitarem a destruição de um dos hotéis mais emblemáticos da região: o Choupana Hills.
Esta quarta-feira, a situação parece estar mais calma e Miguel Albuquerque retomar o mais depressa possível a normalidade na ilha. O governante afirma que existem “alguns incêndios florestais que se aproximam de zonas do nosso património” (floresta laurisilva), mas que os meios – regionais e os que entretanto chegaram de Lisboa e dos Açores para apoiar o combate às chamas – estão a ser dispostos no terreno “o mais correctamente possível”.
“A situação é complicada, mas não é catastrófica. A ilha está a funcionar”, garantiu, acrescentando que a "situação está normal na principal zona hoteleira da cidade". Miguel Albuquerque apelou ainda a que não se crie "uma situação de culto do alarmismo, visto que a Madeira é uma terra turística e é necessário manter alguma serenidade".
A região autónoma dos Açores enviou para a Madeira 30 bombeiros e de Lisboa seguiram mais 30, além de com cinco elementos do INEM.
Presidente e primeiro-ministro vão à Madeira
Ainda esta manhã, o Governo Regional da Madeira vai reunir-se de emergência na sede do executivo.
A reunião está marcada para depois da visita de Miguel Albuquerque às zonas mais afectadas (Boa Nova e Choupana), sendo que Miguel Albuquerque pretende delinear uma "estratégia para a reposição rápida da normalidade, que passa por criar condições de normalidade e imagem de normalidade da Madeira".
Mais tarde, deverão chegar à ilha o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa. Pretendem inteirar-se da situação na ilha provocada pelos incêndios.
Segundo fonte do gabinete do primeiro-ministro, Marcelo e Costa acordaram em conjunto a deslocação à Madeira. Na quinta-feira, o primeiro-ministro vai reunir-se com o Governo Regional e com os presidentes das três Câmaras Municipais mais afectadas pelos incêndios.