Os lesados das sucursais externas do Banco Espírito Santo (BES) entregam nesta terça-feira 3.431 cartas na Casa Civil da Presidência da República, na residência oficial do primeiro-ministro e na Assembleia da República.
Cada uma das instituições irá receber 1.600 cartas, sendo que cada um dos deputados também irá receber uma, bem como o próprio Presidente da República, indica o “Jornal Económico”, que cita a ALEV – Lesados Venezuela e África Sul e a ABESD – Lesados Europa.
As missivas contêm “súplicas e relatos impressionantes” de pessoas que foram fortemente prejudicadas com a falência do banco e vários vídeos feitos pelos lesados, refere ao jornal o advogado dos lesados do BES, Nuno Vieira.
“O filho de um dos lesados do BES lê a carta de suicídio do pai, que se enforcou em 2019 após perder todas as poupanças”, exemplifica o advogado, adiantando que a este relato se junta “a prova do Ministério Público a confirmar o enforcamento”.
Mas há muitos mais casos. Alguns idosos “perderam as suas poupanças e que precisam de dinheiro”. São momentos “muito duros, em que as pessoas estão a expor a sua dignidade pessoal para que se entenda que isto é um caso real”, destaca Nuno Vieira.
“São pessoas que andam a pedir o que lhes pertence e não compreendem que não haja uma solução quando em 2017 houve uma solução para os lesados de papel comercial do BES”, remata.
Ou seja, reclamam um fundo de reclamação de créditos nos termos da Lei n.º 69/2017 de 11 de agosto.
A iniciativa surge numa altura em que decorre a comissão eventual de inquérito parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.
Há quase sete anos que os emigrantes lesados do BES procuram uma solução para serem ressarcidos.