Os EUA pediram ao Conselho de Segurança da ONU que vote "de imediato" a utilização de mais duas passagens para prestar ajuda nas áreas rebeldes no noroeste da Síria, fortemente atingidas pelos recentes terramotos.
Nos últimos dias, a ONU tem defendido a abertura de passagens adicionais entre a Turquia e o noroeste da Síria, para ajudar pessoas afetadas pelo terramoto na zona, onde os primeiros carregamentos de ajuda demoraram três dias a chegar.
Neste momento, a organização e parceiros humanitários só estão autorizados a utilizar a travessia Bab al Hawa, entre o território turco e a província síria de Idlib, ao abrigo de uma resolução do Conselho de Segurança, sendo permitida a ajuda nesta área controlada pelos rebeldes sem autorização do governo de Damasco.
O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, visitou o lado turco da fronteira no domingo e insistiu na necessidade de criar mais travessias para fazer passar a assistência necessária.
Fontes diplomáticas, citadas pela agência de notícias EFE, indicaram ser possível que, durante a viagem à Síria, Griffiths consiga obter autorização do governo de Bashar al-Assad para utilizar mais postos fronteiriços.
No domingo, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse, após uma reunião com Al-Assad, que o líder sírio estava disposto a considerar a abertura de travessias adicionais.
Até agora, Damasco tem dito que toda a ajuda deve ser canalizada a partir do interior do país. Esta via, que a ONU tem adotado em algumas ocasiões, é complicada de percorrer, por requerer coordenação entre as partes em conflito e atravessar a frente militar, indicou a organização.
O Conselho de Segurança deverá reunir-se hoje para ouvir Griffiths, disseram fontes diplomáticas à EFE. No entanto, no domingo, o encontro ainda não tinha sido oficialmente convocado.
A questão da ajuda transfronteiriça às zonas rebeldes da Síria tem sido uma questão controversa nos últimos anos no Conselho de Segurança, onde a Rússia, aliada de Bashar al-Assad, tem forçado a redução do número de travessias disponíveis, permanecendo apenas uma.
Com poder de veto, Moscovo terá de abster-se para ser possível a abertura de novas passagens.