Covid-19: Alemanha anuncia uso de novo fármaco no combate à pandemia
25-01-2021 - 11:55
 • Renascença com agências

Medicamento foi administrado a Donald Trump, quando esteve infetado. O Governo alemão já adquiriu 200 mil doses.

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O Governo alemão vai avançar com a utilização de um novo fármaco, à base de anticorpos, no combate à Covid-19.

"A partir da próxima semana, a Alemanha será o primeiro país da União Europeia onde serão usados anticorpos monoclonais. A administração ocorrerá, numa primeira fase, em clínicas universitárias", revelou o ministro da Saúde, Jens Spahn, em entrevista ao jornal alemão "Bild am Sonntag".

O executivo comprou 200 mil doses por 400 milhões de euros, o que corresponde a cerca de 2 mil euros por dose. Os medicamentos serão gradualmente colocados à disposição dos hospitais especializados, gratuitamente, dentro das próximas semanas.

O fármaco em causa, que foi utilizado no tratamento do ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, visa beneficiar pacientes adultos com sintomas leves ou moderados e com risco de agravamento da doença.

"O tratamento funciona como uma vacinação passiva. A administração destes anticorpos pode ajudar os pacientes de alto risco na fase inicial a prevenir um agravamento da doença", disse Spahn.

De acordo com o Ministério da Saúde da Alemanha, a utilização do fármaco será baseada numa avaliação individual de risco e benefício, realizada pelo médico responsável pela administração.


Os anticorpos monoclonais, isto é, todos iguais e capazes de atacar o vírus num alvo claramente definido, são produzidos em laboratório com o objetivo de desativar o vírus após a infecção.

"De acordo com os estudos disponíveis, o medicamento pode ajudar a limitar a quantidade de vírus no corpo e, assim, ter uma influência positiva no curso da doença", defendeu uma porta-voz do ministério.

Os fármacos em causa foram aprovados pela agência norte-americana do medicamento, FDA, no entanto, ainda não receberam aprovação da UE. Ainda assim, o Ministério da Daúde da Alemanha adianta que, em princípio, poderá avançar com a sua utilização, desde que antecedida de uma avaliação médica individual de cada paciente.

Em causa está o medicamento experimental REGN-COV2, da farmacêutica norte-americana Regeneron.

O ingrediente ativo do REGN-COV2 é uma combinação de dois anticorpos especialmente desenvolvidos que se ligam à chamada proteína spike do coronavírus, responsável pela ligação do vírus às células. Os anticorpos podem, assim, alterar a sua estrutura, impedindo que o coronavírus ataque as células humanas e se multiplique.