O grupo Identidade e Democracia do Parlamento Europeu decidiu excluir o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), a semanas das eleições europeias, depois de declarações do seu cabeça de lista, Maximilian Krah, que indicou que “nem todas” as pessoas que usavam a farda da Schutzstaffel (SS) “eram criminosas”.
“O Grupo ID não quer estar associado aos incidentes que envolvem Maximilian Krah, cabeça de lista da AfD para as eleições europeias”, indicou em comunicado.
Krah já anunciou a saída do partido e da campanha para estas europeias, mas continua como candidato e defende que as suas declarações são “factuais” e que “estão a ser usadas como desculpa” para prejudicar o partido.
No mês passado, as autoridades alemãs acusaram um dos assessores parlamentares de Krah de ser um espião da China, enquanto outro candidato da AfD está envolvido numa investigação de corrupção envolvendo propaganda pró-russa.
Estes casos têm vindo a afastar a AfD de outros partidos de extrema-direita europeia, que estão atualmente divididos entre os Conservadores e Reformistas (ECR), liderado pela primeira-ministra de Itália, Georgia Meloni, e o Identidade e Democracia, do qual faz parte a AfD, e que tem como líder a francesa Marine LePen, da União Nacional (RN).
LePen veio mesmo pedir um "cordão sanitário" à volta da AfD, no grupo político onde também estão o Chega e o Vox de Espanha.
Segundo o Poll of Polls do Politico, a AfD encontra-se com 16% das intenções de voto, abaixo dos 22% que tinha em janeiro. Em 2019, o partido foi o quarto mais votado nas europeias, com 11% dos votos, garantindo 11 eurodeputados.